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Viver nunca foi tão perigoso

Viver nunca foi tão perigoso

A essa altura do viver com os pés no chão deste planeta maravilhoso, chego à conclusão de que a nossa civilização, apesar de toda a aparente evolução tecnológica, não deu certo.

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08-10-2024 às 08h:46

Bento Batista*

Se me perguntam se estou satisfeito com o mundo tal e qual é, respondo: enquanto planeta Terra, dotado de paisagens de deixar qualquer ser vivente de queixo caído, a imaginar ser assim, ou mais, lá no paraíso, digo, estou satisfeito e não imagino como fazê-lo melhor do que fez o Criador de todas as coisas.

Não estou satisfeito, e desculpas eu peço por confessar a minha insatisfação, é com o andar da Humanidade.

A essa altura do viver pés no chão deste planeta maravilhoso, chego à conclusão de que a nossa civilização, apesar de toda a aparente evolução tecnológica, não deu certo.

E a julgar pelos sinais vistos na linha do horizonte deste planeta redondo como um ó, dificilmente poderá dar certo se se fizer a leitura do comportamento humano. Desde o mais simples e depauperado ao mais rico e enfastioso humano, individualmente, dessa ou daquela nação, posso até generalizar, um ou outro poderá se salvar, sendo otimista, mas no geral, na hora do “pega pra capar”, não sobrará ninguém.

Na Bíblia Sagrada a gente encontra um número: 144.000. Será mera interpretação?

Quer um sinal novo do que acabo de narrar? O lançamento do míssil supersônico feito com sucesso pela Rússia, de Putin.

Fosse qualquer outro país, a indagação seria a mesma: qual vantagem positiva isto tem para a Humanidade?

Isso vai render ao mundo uma melhoria para a saúde do planeta?

O que uma demonstração dessa serve além de demonstrar poderio militar?

A estupidez humana é tão grande que, em sã consciência, os detentores do poder mundial ainda não tiveram tempo a fim de parar um momento e refletir, para destruir a Humanidade não são necessárias tantas bombas e mísseis, basta uma só, com poder de muitos megatons, para mandar tudo “pro beleléu”.

Milhares de pessoas, como nós mesmos, em todas as partes do mundo morrem à míngua porque não têm o de comer diário.

Em meio à essa massa humana, só uns poucos concentram as riquezas que faltam a milhões de pessoas aqui e no mundo.

De novo, cabe uma indagação: para quê guardar tanto dinheiro mesmo consciente de que ninguém sabe do dia de amanhã?

O camarada dorme com as burras cheias e no dia seguinte já não está mais aqui para usufruir do que ajuntou, muitas das vezes ilegalmente. Deixa aí fortunas de herança que serão causas de cizânia e separação de “famílias exemplares” quando os pais eram vivos e tinham o comando das rédeas.

Posso estar errado, e novamente peço desculpas, mas enquanto a Humanidade continuar a conjugar o verbo errado, logo estará sucumbindo.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidos (ONU) disse recentemente: “O mundo está à beira do abismo...

Em vez do verbo “ter”, conjugar o verbo “ser”, a partir da primeira Pessoa do “Eu sou”, a única maneira de a Humanidade ser salva nesses tempos nebulosos, soturnos.

Viver nos dias de hoje nunca foi tão perigoso.

Se o escritor João Guimarães Rosa aqui estivesse, ele, horrorizado, teria de revisar a frase por ele cunhada.

*Jornalista e escritor

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