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Dinheiro público em metrô privatizado?

Dinheiro público em metrô privatizado?

Assim, quem é que não quer uma privatização dessa. Os governos Federal e estadual precisam explicar direitinho como é esse negócio, porque só bobo para aceitar um negócio desse

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02-10-2024 às 08h:39

Direto da Redação

Privatizar o arremedo de metrô de Belo Horizonte da forma como foi privatizado pelo governo de Minas, até eu que sou mais bobo aceitaria ser o favorecido sem pestanejar. Para ser reformado, quase 90% do custo será pago com dinheiro público; isso não é privatização, é entrega mesmo.

Veja que coisa mais espantosa, o Governo Federal vai investir R$ 3,2 bilhões e o governo mineiro R$ 440 milhões na reforma. Dá para você, leitor do Diário de Minas, entender e aceitar uma coisa dessa? Se foi privatizado, quem tem que arcar com os custos é o dono. E se depois de privatizado ainda for preciso o dinheiro público arcar com quase 90%, isso tem qualquer outro nome, e precisa ser muito bem explicado publicamente para dirimir dúvidas.

E como é esse negócio? A “privatização” está efetivada desde 2022 e a maior parte dos recursos para fazer a linha 2 desse arremedo de metrô e a reforma da linha 1 saíram dos cofres públicos.

No caso presente, o projeto vai custar R$ 3,7 bilhões. Só que a maior parte vai ficar para os governos federal e estadual. O recurso mineiro é resultante do acordo de reparação firmado com a mineradora Vale, por causa do rompimento da barragem em Brumadinho.

Razão tem o membro do movimento “Tarifa Zero BH”, André Veloso, ao dizer que a privatização do metrô é uma “chantagem do governo estadual para justificar a transferência de um serviço essencial à iniciativa privada”.

Na opinião dele, são os governos federal e estadual que estão financiando a ampliação. “Isso reforça a ideia de que a ampliação de serviços públicos não precisa passar por privatização”,

Ele tece críticas também quanto ao uso de recursos do “Termo de Reparação de Brumadinho” para a obra, uma vez que eles não beneficiam diretamente as comunidades atingidas pela tragédia, já que não são as principais usuárias do metrô.

Quem está preocupado com a falta de fiscalização do governo Romeu Zema na execução das obras e na prestação de serviço, é o diretor do Sindicato dos Metroviários de Minas Gerais (Sindimetro-MG), Daniel Carvalho.

Ele lembra que até ao dia de hoje “uma agência reguladora desse tipo de transporte, tanto para a execução das obras, como para a prestação de serviço para com os nossos usuários diários”. Daniel disse que acompanha a “precarização, a diminuição das viagens e o aumento da tarifa”, reclama.
 

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