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Chegando a hora do “vamos ver”

Chegando a hora do “vamos ver”

O importante é o eleitor se conscientizar do valor cívico do seu voto e não ir nas conversas. Agora é fase da campanha, o que vai importar é o que estiver lá na urna, onde o candidato chora e a mãe não ouve.

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25-09-2024 às 07h:11

Bento Batista*

Falta uma dezena de dias para o primeiro turno das eleições de outubro. Os dez candidatos a prefeito mais os 874 candidatos a vereadores podem até não demonstrar desespero, mas no interior de si mesmos, certamente, só cada um deles sabe o que se passa.

Esse estresse é justificável, afinal de contas, eles passaram uma temporada alimentando os seus sonhos, fizeram campanha e dentro de cada um a ideia de se eleger corria e ainda corre nas veias sanguíneas. Mas, como não depende só disso, e sim da vontade do eleitor, uma derrota nas urnas põe por terra todo um planejamento.

Todavia, uma coisa é o candidato prometer uma porção de medidas que tomaria se fosse prefeito e outra coisa é o que ele teria condições de cumprir caso eleito. O que se vê e ouve é um corolário de promessas e muitas delas o candidato não irá cumprir porque não depende só dele para isso.

Para o prefeito cumprir uma promessa, ele não pode simplesmente ir anunciando que irá fazer porque tem que passar pela Câmara dos Vereadores de Belo Horizonte (CMBH) e se o administrador não tiver o necessário apoio, “necas de pitibiriba”, ele não terá êxito e vai passar à opinião publica dos seus eleitores como “falastrão – deixa ele na próxima eleição” – vai ser mais do mesmo.

O importante é o eleitor se conscientizar do valor cívico do seu voto e não ir nas conversas porque agora é fase da campanha o que vai importar é o que estiver lá na urna, onde o candidato chora e a mãe não ouve, em caso de derrota.

Esta é a melhor oportunidade para o eleitor acertar e corrigir as falhas políticas, tirar de cena aqueles que só querem se arranjar. Isso vale tanto para os candidatos a prefeitos como para os candidatos a vereadores.

Quando eleitos, não há como retirá-los da prefeitura nem da câmara, a não ser em caso de impedimento – se fizer uma bobagem grande –, o que pode acontecer, mas para isso é preciso haver motivo plausível.

Só restará então ao eleitor “chorar o leite derramado”, mas isso não resolverá nenhum problema. O que resolverá é ter a consciência de estar votando certo e depois das eleições cuidar de cobrar tanto do prefeito como do candidato a vereador em quem votou.

O eleitor mineiro precisa amadurecer se quiser causar transformações com o seu voto. Só porque o voto é obrigatório, o cidadão não pode ir votando de qualquer jeito, porque caso faça isso é uma demonstração inequívoca de irresponsabilidade, o que parece que não irá acontecer porque os acontecimentos fizeram o eleitorado evoluir – pelo menos quero acreditar nisso – e, a partir de então, tudo será diferente.

*Jornalista e escritor

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