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Viagem ao mercado montes-clarino

Viagem ao mercado montes-clarino

Vai bastar dar uma chegada lá no mercado de Montes Claros para resgatar essa áurea referida. Sentir o seu cheiro característico, apreciar as cores e a qualidade dos legumes, verduras e frutas

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24-09-2024 às 10h:43

Alberto Sena

O assunto já foi tratado numa outra ocasião, mas é sempre bom voltar a falar dele, do mercado montes-clarino, principalmente porque sei, é do gosto de todo cidadão da gema e o da clara também, principalmente quem é roedor de pequi e gosta de apreciar todo ano os frutos do Sertão nosso e de Guimarães Rosa, essa terra vermelha, característica, também chamada Cerrado, dotada de uma boa quantidade de energia magnética.

Frutos como mangaba, cagaita, murici, buriti, bacupari, pitomba, marmelada de cachorro, araçá, cajuzinho do mato, araticum, umbu, jenipapo, goiaba, jabuticaba e outras mais que o leitor terá toda liberdade de ir acrescentando, pois assim interagimos juntos nessa ideia.

Afinal, que ideia é essa? Seguinte: o final do ano está se aproximando, e quando o final do ano estiver na bica de chegar é que é bom demais viver Montes Claros, a terra onde nasceu uma pá de gente importante, com o advogado dos mais abnegados do Norte de Minas, Genival Tourinho, recém falecido, sobre o qual o DM vai falar noutro espaço.

Pode-se estar enganado, porque a referência é a tempos idos, de quando se podia encontrar os amigos em cada esquina, porque na atualidade, Montes Claros se tornou uma metrópole.

Mas, acredita-se, mesmo por mal dos pecados, é possível que a voragem do tempo não tenha sido capaz de diluir essa áurea benfazeja, mesmo se levando em consideração a poluição da atmosfera por monóxido de carbono como também por fumaça das queimadas.

Essa é a causa da vermelhidão do nascer do Sol, por esses dias de setembro.

Se não for essa a causa, é de vergonha de nossas atitudes antiecológicas e desumanas, o que torna o planeta inóspito.

A impressão é a de que o mundo está em chamas e à beira do abismo.

Vai bastar dar uma chegada lá no mercado de Montes Claros para resgatar essa áurea referida. Sentir o seu cheiro característico, apreciar as cores e a qualidade dos legumes, verduras e frutas. Comer tudo com os olhos e a alma. Sentir o cheiro de gente.

Lá, além do aspecto que o torna um dos melhores de Minas, depois do Mercado Central de Belo Horizonte, pode-se encontrar de tudo que rola na região, nesse nosso Sertão, em termos de frutas e doces de marmelo, cidra, buriti e outros, além de queijo e requeijão, sem falar na farinha e a famosa carne de sol, que não mais é exposta ao tempo, como antigamente, antes do advento da geladeira.

Ir ao mercado de Montes Claros nessa época do ano traz boas lembranças de quando era instalado em um casarão com uma bela torre, na Praça Doutor Carlos, encimado por um relojão badalador das horas.

Muitos daqueles reunidos em frente ao casarão acertavam os seus patacos pelo relojão do mercado. E ficavam ali horas defendendo os seus negócios e mesmo jogando conversa fora, enquanto o mascate prendia a atenção dos circunstantes com as suas técnicas de engambelar os ouvintes prometendo ao final, depois de anunciar e de vender os seus remédios, verdadeiras panaceias, apresentar a cobra, punha a coitada “para fumar”, cigarro comum pendurado na beiçola dela.

O tempo voou. Mais de meio século se passou. Mas as lembranças permanecem vivas. Só quem não viveu não tem histórias para contar.

Aí, irmão, ao final, se convence de não ter passado em vão por esse planeta maravilhoso, como é a nossa Mãe Terra.

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