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Venezuela, seus e nossos índios...

Venezuela, seus e nossos índios...

Enquanto isso, a emocionante causa indígena de seculares discussões, que tanto fala aos “corações sofridos”, tem se tornado longeva demais, por envolver muitos interesses e gentes.

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11-08-2024 às 08h:18

José Altino Machado*

 De novo!!! E pior que, não adianta nada. Mais ou menos como dialogar com políticos que elogiam sua visita, convidam para um café sempre frio, fingem ouvir seus pleitos, e saem o mais rápido possível para um alegado falso encontro.

Deles, o interesse maior sempre será o cargo e suas vantagens, nunca afazeres delegados e esperados pelo povo. Jamais se preparam efetivamente sobre o que irão criar regras e ou legislar.  O arraigado vício profissional influindo na política tornou-se uma cultura nacional.

Não há muito tempo fizeram com que um deputado, eleito por paulistas, (só podia ser), procedesse a teste sumário para constatar se era mesmo alfabetizado.

Perguntas: - Como se escreve Brasil e se Baía é com ou sem agá. Passou, mas primeiro perguntou se era baia de cavalos, nome de índio ou do estado mais feliz no País. Entretanto, paira a dúvida, se como exigência a todos, quantos aprovados ou reprovados?

Quero nem saber, toca o barco...

Enquanto isso, a emocionante causa indígena de seculares discussões, que tanto fala aos “corações sofridos”, tem se tornado longeva demais, por envolver muitos interesses e gentes.

Do Brasil colônia, em cuja confusão teve de rei, mandatário, ministro e igreja, no então, a católica, até aos dias de hoje, não se chega a uma conclusão acertada.

Continuam como povos condenados a serem o que todos querem, mesmo contrariando seus próprios desejos.

Interessante, que desde histórias passadas, tanto aqui ou alhures, sem nenhum preconceito, apenas à vista e relatos de fatos históricos, foi só a turma da batina adentrar meio a eles, não se encontrou meios de melhores ajustes políticos e adaptação à sociedade conquistadora da Nação brasileira, aliás, nação nenhuma onde catequizadores, mesmo os bem-intencionados, passaram, uma simbiose satisfatória nunca foi implantada ou resolvida.

Curiosamente, nenhum navegador solto aos mares à caça de mundos a conquistar, alçava velas sem estar a bordo da turma da Igreja. E a instrução do poder central deles era clara:

- “Olhos bem abertos, vai que se deparam com uma possível crença ou seita com verdades indiscutíveis ou mais aceitáveis que a nossa, estaremos “fudidos”, (espírito do Lula, antes da encarnação ensinando tal palavra).

E com eles e por ordens deles, Cortês “fudeu” os Astecas (Lula de novo). Pizzarro, os Incas. Nos States “first”, sem sequer necessidade de batinas, a cavalaria americana deu cacetes em todos os pagãos, fossem apaches, sioux, comanches, seminoles e outros.

Aqui, também, Diogo Jorge, o Velho, bem no sul brasileiro, assou o traseiro dos Guaranis, aos quais em intenções contrárias aos mandatários colonizadores, politizados jesuítas, procuraram dar autônoma independência. Deram azar...

Resultado registrado foi de jesuítas para fora de domínios portugueses, cá e lá, e índios pagando caro, a descansar em covas independentes de sete palmos. E não escritos históricos se o Estado por eles imaginado, seria temente a Tupã ou ao Papa.

Porém, em tudo há exceções. Temos que reconhecer, mais que por justiça e para a perfeita verdade, a boa e acertada missão confiada, não só pela coroa portuguesa, como por todos, aos missionários Salesianos. 

Fizeram com honradez e respeito a integridade da Nação brasileira o trabalho proposto de abraçar os amazônicos originários do alto do Rio Negro, também conhecidos como, Macus, Tucanos e Ianomami. Povos estes que jamais conheceram crises de fome, saúde ou prejuízos causados por convivência social indevida. Aprendendo, apenas orientaram como tudo deveria ser feito. Eles próprios, como exemplo, sempre foram ignorados, principalmente aos interesses e sonhos de outras Ordens, também politizadas, chegadas em novos tempos, que pregam não existir nacionalidade ou pátria definida a índios.

E tá aí a “desgracieira”.

Aqueles de tempos antigos, religiosos navegantes como os de Cristóvão Colombo, que era mau pra cacete e escravagista, aceitavam tudo que poderes dos comandos instituíam, inclusive tratar com total submissão aos ocupantes nativos que nunca nasceram na Índia.

Colombo e seus espanhóis no Caribe inventaram de plantar cana para produção do moderno adoçante, o açúcar. Mão de obra farta se encontrava nas redondezas e armas e chicotes às mãos a reunia com facilidade. A dificuldade só era fazê-los gostar de trabalhar. O que, de verdade, nunca acontecia.

Fugiram, cascaram fora, para o continente e bem perto, onde hoje é a Venezuela. Terra boa, mas próxima demais e os espanhóis foram atrás deles e levando mudas de cana. Assim muitos, já cansados, se renderam.

Outros, não. Também caribenhos, como Macuxis, Maiongongues, Yanam, que eram, se escafederam para o preguiçoso Brasil. Aqui toparam com os Wapixanas que abrasileiravam ao sol e neles deram um pau. Foi este o maior evento de índio contra índio, neste gigante deitado em berço esplêndido. Verdadeiro genocídio. Sempre inimigos figadais, mas nosso Supremo ordena que habitem juntos uma mesma área. Ainda que o próprio Supremo tenha por ele próprio trânsito em julgado que a região não era área indígena. (Faz. Guanabara-1954).

Tempos bastantes depois, ingleses usurpadores de bens naturais amazônicos, se retirando sem arrependimentos pelos vilipêndios causados foram-se embora. E da Europa, Itália, nos chega ordem religiosa bem estilo da outra expulsa no passado. Não mais tendo o Marquês de Pombal, no que hoje é Roraima, se arrancharam. Como encantadoras serpentes, tinham o refrão:

- “Índios não têm pátria ou nacionalidade, vão e estarão onde quiserem.”

Os resultados monstruosamente negativos aí estão e ninguém neles ou pelo menos por eles, buscam as razões.

Logo ali, vizinho, no grande Amazonas, hospedeiro das maiores comunidades originais, se não perfeitos, sem dependências ou terríveis mazelas. No também Grande Pará, apesar dos xeretas de plantão, se não ótimos, bons estão. Nos dois Mato Grosso com pouca interferência melhor de bom, vão todos.

E aí vem o denominador comum entre eles, instrução nunca lhes dão, para participarem num mundo moderno. Tudo e todos mandam em suas vidas. Estudos, ciências, medicinas, educação sanitárias e avanços tecnológicos para meios de subsistência sempre foram e se acreditam serem tão somente monopólios nossos. Pregam todos que não se mexa com a cultura primitiva deles. E enquanto isso vão se “fudendo”, (Lula que fala assim).

E este grande exemplo do status e de discórdia venezuelana, deveria ser além de exemplo, um notável aviso a nossos governantes.

País imensamente rico, população de esmagadora maioria originária, índia se queiram, toma o discricionário poder, então existente, e esbarra na falta de cultura em administrar um país tecnologicamente avançado, construído pelos seguidores de Colombo, que apenas trocaram armas e chicotes, pelo domínio da força e da economia.

Uma perfeita cópia do continente africano, onde colonizadores montaram um notável avanço, mas não ensinaram o pulo do gato e nem lhes deram as chaves dos cofres para sobrevivência e autossuficiência, tornando suas vidas um sofredor tormento, num mundo paradisíaco, onde sacerdotes batizaram e batizados continuaram animistas.

Democraticamente visto, o território é muito mais deles que dos ex -dominadores. Pagaram e pagam caríssimo por estes não terem lhes levado desde a conquista, até nossos dias, a necessária instrução para se viver na atualidade, em um mundo comunicante e com oito bilhões de habitantes.

A melhor sorte deles é que naquela Nação são reconhecidos como nacionais e seus igualitários integrantes. Aqui, nem isso.

Acredito mais, que a eles possamos ajudar, bem acolhendo seus anseios sem politização, lhes enviando técnicos aos setores de energia, combustíveis, produção do campo e de administração gerencial. Capacitá-los. Para isso, temos conhecimentos de sobra, ainda estaríamos também, com eles, aprendendo, como cuidar dos nossos.

Só mesmo não temos quem nos ensine através de exemplos da história porque as coisas estão e são como são.

E que sigamos logo, antes que eles desistam e deem suas cabeças a novos cabrestos:

- Decisão e palavra, com total prioridade, os interesses da Nação brasileira.

Belo Horizonte/Macapá

*Jose Altino Machado é jornalista

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