11-08-2024 às 08h:28

Direto da Redação

O que acontece hoje e sempre aconteceu no Vale do Jequitinhonha, principalmente nos aspectos políticos e econômicos – indo logo no popular – é uma sacanagem. O Vale é semelhante a uma laranja que vai sendo chupada ao longo dos tempos e depois só vai ficar o bagaço.

O Diário de Minas se encontrou com o deputado Jean Freire (PT) na sala dele, no anexo da Assembleia Legislativa, e ele lamentou o estado das estradas de modo geral e principalmente a BR 367, considerada a pior. É buraco para tudo quanto é lado. E acidentes também.

Em nossa conversa, o deputado nos disse que, para esta quarta-feira, 14, a própria população está organizando uma manifestação pública e promete fechar a rodovia. Como deputado eleito com mais de 83 mil votos na região, ele foi convidado pela organização da manifestação e irá assistir de perto.

No Vale do Jequitinhonha, o que se nota é que duas coisas cresceram concomitantemente, nesses últimos anos, a exploração das riquezas e os abusos de promessas consecutivas não compridas.

O que adianta para a população do Vale do Jequitinhonha o governador Romeu Zema (Novo) instituir o “Vale do Lítio”? O que os moradores de Araçuaí e de Itinga estão ganhando além de migalhas, enquanto as riquezas estão indo para a China?

Na Assembleia Legislativa os deputados representantes da região lutam, como é o caso do deputado Jean Freire, do mesmo partido do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que, aliás, é querido na região. É uma desfeita só.

Conversamos com o deputado por cerca de uma hora, mas antes conhecemos uma sala especial dele, dentro da concepção de que, se ele não pode estar no Vale do Jequitinhonha todo dia, trouxe-o para a AL e o guarda numa sala cheia de fotografias e imagens trazidas de lá.

Por tudo que conhecemos do Vale do Jequitinhonha, podemos dizer que se os seus representantes politicamente não conseguiram o que a região precisa, só resta mesmo a atitude popular como a que está programada para quarta-feira.

O povo do Jequitinhonha é pacato, mas é melhor não parecer que é bobo se não reagir contra as safadezas e a exploração de suas riquezas sem que os exploradores deixem justa compensação social.

Essa atitude deve ser mantida em relação a tudo que os forasteiros levam da região, tanto em termos dos minerais como das monoculturas de eucalipto, que estão envenenando e secando os rios, enquanto os bolsos dos empresários se enchem e os recursos populares se esgotam.