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Urge uma campanha para deixar os carros em casa

Urge uma campanha para deixar os carros em casa

Com o aumento do trânsito de veículos na capital e em todo Brasil, a hora é de investir em transporte coletivo de qualidade e horários rígidos para aliviar o tráfego e reduzir a poluição dos gases de gasolina e diesel

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15-07-2024 às 10h:15

Direto da Redação

Com a quantidade de veículos automotores nas ruas de Belo Horizonte, nos dias úteis da semana, o que os observadores anteveem é a imagem de todos, homens, mulheres e crianças dentro dos carros, mas, parados nas ruas. Evidentemente, o problema não se restringe à capital mineira, porque o Brasil inteiro está abarrotado de carros. A solução para o problema deve ser encontrada em cada lugar.

Mas, diante dos R$ 306,4 milhões que os concessionários de ônibus urbanos de Belo Horizonte vão receber como subsídios, conforme foi publicado no Diário Oficial do Município (DOM), dia 11, quinta-feira, vem a ideia de, ao invés de buscar soluções esdruxulas para o trânsito, seria o caso de a Prefeitura de BH, a Câmara Municipal e a BHTrans iniciarem uma campanha para as pessoas trocarem os carros por ônibus. Mas, ônibus de qualidade, de modo a reduzir os congestionamentos.

Para que isso fosse viável, seria necessário tanto os vereadores como o prefeito de BH os agentes da BHTrans exigirem dos concessionários o cumprimento rigoroso do contrato, oferta de mais ônibus limpos, ar condicionado e horários seguidos à risca. Precisava haver a vigilância de todos os concessionários na prestação dos serviços, sem “a farra”, como o próprio prefeito disse outro dia, em que eles viviam, e ainda vivem porque R$ 306,4 milhões de subsídios não são pouco dinheiro.

Uma medida factível e mais racional seria essa, porque a maior parte dos carros vistos em congestionamentos é ocupada por uma só pessoa, a do volante. Claro que todos têm pressa, mas é necessário numa hora dessa haver a compreensão e a educação de todos, porque em Belo Horizonte não existe mais um horário de pico, no trânsito.

O movimento é permanente. Em horários que seriam “de pico” observa-se um pequeno aumento, e com tudo isso a capital mineira está, se pode dizer assim, à beira do inviável. Menos carros nas ruas ajudariam não só o trânsito, mas principalmente o meio ambiente, se as pessoas tivessem mais atrativos para deixarem os carros em casa para tomarem ônibus lotação.

A gasolina, por ser derivada do petróleo, polui mais a atmosfera com o lançamento de gases. E havendo uma campanha bem estruturada para as pessoas deixarem os carros em casa a fim de melhorar a qualidade ambiental, sem por demais oportuna considerando estarmos diante das consequências das mudanças climáticas, provocadas por ações antrópicas.

É possível que alguém já esteja pensando que a ideia é boa, mas a questão é o fim do mandato do prefeito Fuad Noman e as eleições municipais de outubro. Sim, mas a questão é para o exame da BHTrans.

Quanto aos subsídios aos concessionários, a PBH esclarece que o destino do valor é a “complementação de recursos para concessão da remuneração complementar ao sistema municipal de transporte público por ônibus”, atendendo à Lei 11.458, de 2023, que prevê repasses de subsídio para o setor de forma anual descritos no Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG)”.

Os recursos estão sendo levados para a Superintendência de Mobilidade do Município de Belo Horizonte (Sumob). São recursos oriundos do superávit financeiro, e não passam pela Câmara Municipal de BH.

Esses subsídios anualmente repassados aos concessionários seriam mais bem aproveitados se houvesse mais investimentos dos concessionários em novos ônibus, tendo em vista a possibilidade de uma ação municipal para desafogar o trânsito.

O rodízio de placas, costumeiramente adotado em São Paulo, pode até ter dado certo em alguns momentos, mas quem tem dois carros acaba usando um e o outro e a situação continua a mesma.

O certo é que o trânsito em BH chegou a um ponto, principalmente nas principais artérias da cidade, que se faz necessária uma intervenção para conter o número em expansão e a poluição atmosférica.

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