23-07-2024 às 09h:26

Direto da Redação

Linha de pipa (ou papagaio) com cerol funciona como navalha ou lâmina de barbear. A intenção da criança ou adolescente é cortar a linha do outro, tanto por brincadeira como também para sacanear o adversário.

Acontece que ultimamente, as linhas com cerol estão cortando pescoços. E principalmente o pescoço de quem está de motocicleta. O Diário de Minas já chamou a atenção dos leitores e das autoridades para ocorrências desse tipo, como a registrada em Montes Claros, no Norte de Minas.

Uma mulher motoqueira, de 30 anos, levava atrás um menino e uma linha com cerol feriu o pescoço dela, neste domingo, 21, na Avenida Viriato Ribeiro, no Bairro Canelas. O menino não se feriu e ela foi socorrida por homens do Corpo de Bombeiros e levada para o Pronto-Socorro do Hospital Universitário, sangrando muito.

Quem é das gerações mais antigas jamais poderia imaginar que uma simples e inocente brincadeira de empinar papagaio iria ser considerada um dia crime porque, maldosamente, a linha com cerol está em uso. A criança, adolescentes ou adulto apanhado com linha batizada de cerol pode vir a ser punido e isso aos pais vai custar uma multa altíssima.

Os ventos de julho/agosto já estão soprando e são um convite a quem cultiva o espírito infantil a empinar pipa ou papagaio. O importante é que os pais prestem atenção no que o filho está fazendo. Oriente o jovem sobre o perigo do uso de cerol. É crime.

Enquanto isso, os motoqueiros de modo geral que se previnam. Usem antena de rádio à frente da moto como maneira de proteger o pescoço. Principalmente o pescoço de motoqueiro que transita pelos bairros da capital e os que vivem no interior do Estado.

O crime do uso de cerol está previsto nos artigos 129, 132 e 278 do Código Penal Brasileiro (CPB), e também no artigo 37 da Lei das Contravenções Penais.

Crianças ou adolescentes podem ser apreendidos e encaminhados às autoridades competentes em caso de apanhados fazendo uso de cerol na linha de suas pipas.

Com o adulto é diferente. Vão ele e o material apreendido à presença da autoridade judiciária, podendo até mesmo ser preso. E tem mais, aqui, no território mineiro, há a Lei Estadual nº 14.349 de 2002, que prevê multa e sanções cíveis e penais para os infratores.