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Morreu Sílvio Santos

“Lá! Lá! Lará! Lá! Lá! Lará! Lará! Certa vez, ouvi diálogo que era mais ou menos assim: - Como vai fulano? - Morreu. - Morreu pra você! Ele está vivinho em meu coração

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18-08-2024 às 10h:40

Rogério Reis Devisate – direto de Salvador (BA)

 Silvio Santos faleceu hoje, 17 de agosto. Acredito que esta é a notícia mais divulgada na imprensa e nas redes sociais.

Aos 93 anos foi-se aquele que era, certamente, o maior comunicador da TV brasileira - me perdoem outros ícones do passado e do presente.

Ninguém é obrigado a ser fã ou a gostar de alguém, mas quem tem mais de 40 anos tem alguma ou muitas memórias emocionais a seu respeito, passando tardes de domingo na casa dos pais ou dos avós ao som inconfundível da voz do Silvio Santos, das músicas do programa, do show de calouros e de tantas atrações.

Tudo ali era entretenimento e isso era feito com a maior qualidade que essa atividade objetiva: distrair, entreter, divertir.

O trabalhador tinha, assim, nos domingos com a família, programa gratuito onde risos e alegria não faltariam.

Aglutinar e unir, esses eram o mote.

As pessoas da plateia eram “colegas e trabalho”, os calouros eram parte do show, os candidatos à estrela despertavam paixões. Tudo bem simples e direto, como o povo gosta.

Há uma série na TV a seu respeito e numa das cenas outra emissora supera a audiência do SBT. Silvio lhes telefona e, no lugar de expressar derrota, se sente vitorioso porque adotaram a sua fórmula e, satisfeito, lhes diz algo que a Globo virou o SBT. Afinal, a derrota era momentânea e tinha sabor de vitória.

Foi frase espirituosa, certeira e de quem conhecia o jogo e sabia jogar, ele que fora criticado por ser popular. Ora, não é de vencedora popularidade que se fala, na TV? Não é a popularidade que mais faz vender anúncios? Não são os anunciantes as fontes de receita? Portanto, ser popular, ali, é ser vencedor.

Noutro rumo, foi “o patrão”: empresário, dono de emissora, banco e empresas. Montou império invejável, algo que só é possível por quem, vindo do nada e tendo sido camelô nas ruas, não deu ouvidos a naturais críticas e atenção às dificuldades, que derrubam tantos pelos caminhos da vida. Teceu a sua rede e fez os seus próprios caminhos, alheio aos obstáculos naturais. Foi sendo Silvio Santos, alter ego de Senor Abravanel, que este foi o que quis e só não disputou e, quicá, presidiu o Brasil, porque a sua candidatura foi inviabilizada.

Lembro-me bem da infância, da minha avó materna com a TV ligada aos domingos, no seu programa. Era tempo da TV em preto e branco e não havia Internet ou coisas assim. Tudo era na telinha. Ali ficava com ela, compartilhando daqueles momentos, recebendo carinho e lanchando, ao som daquelas músicas e, ainda criança, pensando nas alegrias das músicas e no significado da frase que dizia que "do mundo não se leva nada, vamos sorrir e cantar"!

-Lá! Lá! Lará! Lá! Lá! Lará! Lará!

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  2 comentários

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A pessoa de Senor Abravanel seguiu a risca a sina do Mascate da Comunicação com sua persona positivista alcançou um sucesso retumbante, apesar de transitar no campo político com alianças retrógradas do conservadorismo patriarcal e ditatoriais soube atingir o patamar da idolatria popular com seu peculiar sorriso ao abrir as portas do baú da felicidade, siga em paz Sílvio Santos um verdadeiro ícone da comunicação e da TV brasileira ??

Parabéns, minhas lembranças da infância são os programas do Silvio Santos, o riso natural, espontâneo, foram as tardes de domingo. Eu ria o tempo todo. Muito bom

 

Synergyco

 

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