Português (Brasil)

Mais 2 ou 3 anotações para o caderninho do leitor

Mais 2 ou 3 anotações para o caderninho do leitor

O detalhe é que o ponto central da nascente é debaixo dos prédios construídos logo ao lado da praça. A Amalou faz bem em aproveitar a água da nascente. Os lavadores de carros também.

Compartilhe este conteúdo:

20-07-2024 às 08h:28

Bento Batista*

Convém o leitor do Diário de Minas dar sequência às anotações que suponho já esteja fazendo no respectivo caderninho, a respeito desses tempos bicudos, os sinais das mudanças climáticas, aqui, em Belo Horizonte, por exemplo – em Minas, no Brasil e no mundo – tome nota de mais dois sinais, consideradas as suas evidências.

Um é a presença de mais de 70 mil papagaios-verdadeiros que tomaram de assalto o povoado de Hilario Ascasubi, ao sul da província de Buenos Aires, onde ficam nos fios dos quais se alimentam e naquele “pruu-taco-tataco” infernal, se é que lá no inferno esse tipo de coisa acontece.

A população está sem saber o que fazer porque já fez um pouco de tudo para espantar os pássaros, que são encontrados no Chile e na Argentina, em pântanos. Até bombas os argentinos explodiram para espantar os bichos e parece que se acostumaram com os estampidos e permaneceram lá.

Quem ausculta o “zuuummm...” da humanidade, acha que os papagaios perceberam com antecedência, a possibilidade de um terremoto no Chile, de 7,3 graus e trataram de cair fora, foram para as terras argentinas. Pode ser que eles invadiram o território vizinho assustados.

E esse terremoto, sentido até em São Paulo, é o segundo sinal para o leitor do DM anotar no seu caderninho, porque daqui por diante vamos “colecionar” sinais, pois os cientistas dizem que vêm reações mais inesperadas por aí.

Em Minas, os rios já morrem de sede e tanto é uma realidade que saímos em defesa da Água. Enquanto as pessoas puderem abrir a torneira e dela sair Água, a consciência de preservar o valoroso líquido ainda não é consistente. Mas na hora que abrir a torneira e dela sair só o ronco do cano vazio, será outra cabeça.

E porque falamos em Água, oportuno é transmitir a conversa com o presidente da Associação dos Moradores da Praça Marília de Dirceu e Adjacências (Amalou), no Bairro Lourdes, em Belo Horizonte, que preserva uma nascente e usa a água que iria para o Ribeirão Arrudas na manutenção da praça e os lavadores de carros usam no trabalho diuturno.

Jefferson Rios é o nome do presidente da Amalou, já faz 20 anos, personalidade bem relacionada com a comunidade portuguesa aqui e no exterior, o que bem assinala o busto de Camões erigido no centro da praça, onde são realizadas solenidades relacionadas com Portugal.

O detalhe é que o ponto central da nascente é debaixo dos prédios construídos logo ao lado da praça. A Amalou faz bem em aproveitar a água da nascente. Os lavadores de carros também, porque aquela água preservada não entra na rede da Copasa.

Trata-se de água cristalina, que podia ter mais outros fins de aproveitamento, porque para manutenção da praça e da lavagem de carros, basta uma caixa de dois mil litros. Como o fluxo é permanente, em tempo de seca ou não, vai tudo para o Ribeirão Arrudas, ali próximo, debaixo do asfalto.

A Amalou existe desde 1996, quando um grupo de moradores, “com grande espírito de cidadania e desprendimento”, reuniu-se para conversar e pensar sobre o bairro. “Hoje trabalhamos em prol dos interesses comunitários e buscamos a cada dia fazer com que Lourdes continue sendo um bairro referência em nossa cidade”, palavra de presidente.

*Jornalista e escritor

Compartilhe este conteúdo:

  Seja o primeiro a comentar!

Os comentários são de responsabilidade exclusiva de seus autores e não representam a opinião deste site. Envie seu comentário preenchendo os campos abaixo

Nome
E-mail
Localização
Comentário

 

Synergyco

 

RBN