03-06-2024 às 09h:20

Direto da Redação

Diante da prevalência de cuidar mais da questão ambiental, tendo em vista as mudanças climáticas, cujos sinais são evidentes, uma mineradora denominada Herculano, considerada de grande porte, anunciar à população do Serro de que vai explorar minério de ferro, mesmo com o discurso de precisar empregar 1500 pessoas para isso, ela não goza de unanimidade.

Tanto é que está marcada para o dia 11 de junho uma audiência pública para se discutir detalhes sobre o impacto da mineração na região do Serro, município com pouco mais de 20 mil habitantes, a mais de 200 km de Belo Horizonte.

Se há por um lado grande expectativa relacionada à possível geração dessa quantidade de empregos, e que para o prefeito Nondas Miranda (PL), “a mineradora Herculano pode ser a chave para o desenvolvimento de Serro”, por outro lado, a Federação das Comunidades Quilombolas N’golo, com 245 famílias na região, externa “preocupações sobre os possíveis impactos ambientais”.

Mateus de Mendonça, advogado da federação, é contra a audiência pública. Diz que ela deveria acontecer só depois da apresentação de todos os estudos de impacto ambiental e a consulta das comunidades quilombolas, afetadas.

Entretanto, “essa é a alternativa que temos para promover o desenvolvimento na nossa região. A cidade não se desenvolve sozinha. A geração de emprego e renda pode impactar todos os setores do município, desde hotéis e postos de gasolina até lojas de confecções e móveis”, vislumbra o prefeito.

Evidentemente, ele só enxerga o lado econômico da coisa e nem toca na questão ambiental, que precisa ser bem medida para que não comprometa a qualidade ambiental de vida da população, ainda mais numa época de naturais impactos, diferentemente da passividade anterior da natureza.

O presidente da Câmara Municipal do Serro, Márcio Cândido Alves (PDT), comunga com o vislumbre de desenvolvimento do prefeito, com a chegada da mineradora. “Serro arrecadará valores obrigatórios que serão destinados ao turismo, reformas de casarões históricos, igrejas e praças”, diz ele.

O primeiro secretário da associação comunitária quilombola de Queimadas, Jair Júnior concorda com a realização da audiência pública em junho. “Queremos ter voz nesta audiência pública para conhecer o projeto e poder opinar”. Ele acha importante a participação ativa nesse processo.

A Associação dos Produtores Artesanais de Queijo do Serro acha que a produção não será prejudicada pela mineração, o que é uma maneira de aliviar muitos produtores, e deles tirar o temor quanto a impactos negativos na produção.