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Grandes marcas, grandes problemas

Grandes marcas, grandes problemas

Gerindo a tudo e todos no País, nosso Supremo Tribunal, não tem encontrado tempo para estancar tal abuso nessa colossal área que afeta tantos, com agravante

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28-07-2024 às 08h:08

Jose Altino Machado*

Assunto diferente dos “causos” que costumo contar, mas vale a pena, principalmente por sermos sempre permissivos, a ponto de nunca notar descumprimentos de deveres essenciais e abusivos excessos comerciais cometidos, fazendo parecer que passivamente os aceitamos, e ainda permitimos que se tornem corriqueiros.

Minha filha, Duda foi morar, como dizem os mineiros, lá no BH, “Belrizonte” mesmo. Levou malas cheias, sapatos e cuias. Tudo dentro de seu carro, um bom Corola Altis-2020.

Quanto a este elogiado veículo, todas as vezes que arguia sobre suas revisões, me respondia que após ter ido para lá, as fazia em oficinas paralelas de especialistas formados nas concessionárias. Questionada pelas chantagens quanto a extinção das garantias, saiu-se na maior, dizendo que concessórias são malvadas, executando apenas um penteado, devolvendo o veículo imundo e aproveitando-se da exclusividade de tais serviços, já com reclamações gerais, cobrando absurdos.

Por teimosia, indo visitá-la, por lá deixei o meu, também Corola de uso e trouxe o Altis para as tais obrigatórias revisões.

Carro entregue na concessionária ungida pelo fabricante, veio informações de avarias no sistema de injeção nos famosos bicos injetores e que não haveria reposição por garantia por faltas às revisões exigidas.  Mais caros que bicos de tucano, caríssimos. Devem mesmo ter um armário secreto, onde existem as evasivas e gentis desculpas para não cumprirem o que nas vendas alardeiam.

A primeira alegação é que está claro no manual do proprietário. O que me leva a uma discordância, porque se lá está escrito, claro não está. E mais, BICOS INJETORES NÃO FAZEM PARTE COMO ITENS DE REVISÕES. E para que fosse detectado os possíveis malandros parceiros causadores do problema, tais, como filtros de combustível que deveriam ser substituídos em revisões, seria necessário constatar, se eles, realmente por fuga dos citados absurdos, não foram trocados, pelos extras diplomados, segundo Duda, justificando o escape das aprisionantes cláusulas “manualeiras”, exercidas.

Mas, há que se notar, reserva monopolista cedida pelos fabricantes aos revendedores autorizados, embora não esteja lavrado, que proprietários não possam trocá-los em prestadores de serviços mais favoráveis economicamente. 

Parece ser um nadinha, porém o assunto mais que o excelente carro, que aguardou, na autorizada, por 21 dias. Imundo a um canto, a decisão da fábrica, dita pela revenda, despertou em mim monstruosa curiosidade, bem nutrida e mais alimentada pela resposta, que além de tardia, foi a negativa. 

Não só a marca envolvida, assim como possivelmente tantas outras, processam comportamentos comerciais que precisam ser revistos e se for o caso regulamentados por leis rigorosas, evitando assim, abusos do mercado revendedor ou franqueado que são pelo gigantesco parque industrial fornecedor, podendo causar pela ausência da concorrência, iminentes prejuízos à grande número de usuários. A começar pela grandeza do parque automobilístico mundial.  Imagino que nada se lhes compare, sequer o bélico, juntando aí o aeronáutico.

E raro, muito raro, acontecerem crises na área deles. Por sinal, por aqui no Brasil, depois que Lula se tornou político e ainda chegou a presidente da república, nem mais greves aconteceram, reinando muita paz em suas fábricas.

Desde algum tempo, suas divisões financeiras vêm dando mais lucros que as industriais, embora sejam estas as geradoras econômicas. Marcas de fama, hoje, também ostentam seus propagados nomes, em bancos. O que há de bancos com nomes de carros não é brincadeira. Bancos estes, mais velozes que quaisquer da Fórmula 1, de onde concluímos que, sem andar no que outros andarão, vão ao campo da agiotagem com segurança de maiores ganhos.

Gerindo a tudo e todos no País, nosso Supremo Tribunal, não tem encontrado tempo para estancar tal abuso nessa colossal área que afeta tantos, com agravante, de estarem parindo filhotes grandes, crescidos e mais famintos que a boa Marca.

É mesmo de se perguntar se “dumping” é considerado crime econômico, concorrência desleal e outros senões, existindo inclusive órgãos controladores, por que o exercício do até proibido por severas leis, cartel de monopólio, também alvo do mesmo dispositivo, não é dada a atenção e impedida mesmo sua existência?

Não existindo respostas, vão se excedendo sobre o consumidor, mais ainda aproveitando do pouco aculturamento gerencial de nosso país.

Difícil convencer alguém de uma pura inocência de ford’s, wolk’s, honda’s, chevrolet’s, outras, incluindo a grande Toyota, não reparem que sob seus emblemas, marca e conceito surgem bem mais que simples revendedores e/ou representantes.

A própria Toyota, aquela que existindo algum defeito em seu produto, com certeza será sanado e não repetido nas linhas de produção, não atenta que foi, exageradamente permissiva quanto a uma montagem, de circo monopolista, onde o incauto palhaço é o comprador. Fica difícil até acreditar não existir compadrio em quatro rodas, cinco com a do freguês. São verdadeiros cartéis, abrigados na marca dos dois chifres

Não, não dá para acreditar que lhes passa despercebido o constrangedor achaque a que usuários de seus produtos, são submetidos. Preços e serviços exorbitantes, e não havendo como fugir deles, pela ameaçadora razão das garantias escravagistas.

Acredito que o império do Sol Nascente possa ensejar atenções e iluminar tais ações obscuras, forçando uma melhor e mais digna moderação comercial a seus paridos “filhotes”.

Ainda mais que o resultado disso se torna nefasto a ela própria, uma vez que em proveito, surgem centenas de concorrentes, antes piratas e agora, de tantos, com nomes elegantes: paralelos... Oficinas reparadoras então, a cada esquina, com mecânicos “especialistas” da Duda, diplomados pelos “cartelistas”, a quem, feitos cursos e experiências, abandonam em busca de ganhos maiores. Tiram mesmo proveito dos folgados espaços rentáveis deixados pela exorbitância cobrada nas autorizadas dominantes.

Para se safar da reprimenda por ausência das fatídicas revisões, Duda ainda arrazoou: “Pai, Toyota, dizem não dá defeito, é verdade, mas os transferiram para os nossos, antes existentes cofrinhos de guardar dinheiro. Manter veículo através de concessionárias, só mesmo para aqueles que nunca precisam perguntar quanto custa e quanto é.” E continuou – “Ô pai, você me compra uma Mercedes? Pode ser uma seminova”.

Caí infartado... e a Toyota também foi responsável por essa tragedia familiar. 

Belo Horizonte/Macapá

*Jose Altino Machado é jornalista

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