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Frutíferas na arborização de BH

Frutíferas na arborização de BH

O dia inteiro as pessoas passam por baixo das árvores de “pau doce” e a grande maioria não percebe que os frutos delas são comestíveis, deliciosos e nutritivos.

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26-05-2024 às 09h:49

Bento Batista*

Quem pratica o vício de andar pelas ruas de Belo Horizonte tem a oportunidade de ver muita coisa que as pessoas motorizadas não veem, como a arquitetura antiga, que ainda está presente entre prédios do panorama urbano. Cada caminhada pode vir a ser uma aula prática surpreendente.

Outra coisa que os viciados em andar e a praticar o senso de observação encontram nas ruas da capital – capital que carece de uma requalificação – é a quantidade de frutíferas encontradas nas ruas e que poderiam ser ainda mais.

Por exemplo: se quiser encontrar mangueiras em BH é só ir à Avenida Professor Alfredo Balena, mais conhecida como “do Pronto Socorro”, onde elas estão enfileiradas. Além de dar frutos, as mangueiras oferecem sombras de um frescor característico.

Ali na Rua da Bahia, no trecho entrecho a Rua Antônio de Albuquerque e Rua Fernandes Tourinho, pelo menos uma meia dúzia de árvores da arborização pública são da espécie “Hovenia dulcis Thunb”, mais popularmente conhecida por vários nomes populares e um deles é “pau doce”, que tem o sabor de uvas passas, uma delícia.

É conhecida ainda como “tripa-de-galinha, macaquinho, pé-de-galinha, chico-magro, uva-do-japão, gomaria, banana-do-japão, bananinha-do-japão, caju-do-japão, caju-japonês, mata-fome, passa-do-japão, passa-japonesa, tripa-de-galinha, uva-da-china, uva-do-japão, uva-paraguaia, amora-do-mato, uva-japonesa e uva-de-macaco”.

O dia inteiro as pessoas passam por baixo das árvores e a grande maioria não percebe que os frutos delas são comestíveis, deliciosos e nutritivos. Com o trânsito intenso de carros, as pessoas não têm tempo de olhar para cima a fim de reparar o que temos de natural nas ruas.

Na confluência das ruas Mar de Espanha e São João Evangelista, no Bairro Santo Antônio, o síndico do prédio da esquina cuidou de fazer um jardinzinho em um pequeno espaço, onde plantou bananeiras, amora e café. E é ele próprio quem cuida.

Cidade é feita de gente, antes da urbanidade. Uma das nossas necessidades, prementes, é humanizar a cidade. Abrir espaço não para os veículos automotores, mas para as pessoas se encontrarem em pontos onde haja natureza viva.

O presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, o vereador Gabriel Azevedo, na condição de candidato do MDB à Prefeitura da capital, disse ao Diário de Minas que, se for prefeito, vai arborizar as ruas com frutíferas, como se faz lá fora.

Fazer hortas comunitárias também é uma medida do agrado de quem gosta de consumir legumes e verduras.

Para resumir, Belo Horizonte precisa de um prefeito que veja primeiro, aqui, nesta hoje feia selva de pedras, gente humana. Muitas delas estiradas nas calçadas, sem onde morar nem o que comer.

*Jornalista e escritor

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