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Fogo na Serra do Cipó

Região das mais bonitas ao redor de BH está em chamas, mais uma vez. E especula-se que a mão de quem ateou fogo não é a do gato, mas, pode ser a mão de algum ex-proprietário insatisfeito

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h21-08-2024 às 09h:20

Direto da Redação*

Fogo na Serra do Cipó – município de Santana do Riacho -, na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Isso não é novidade alguma, assim como não será novidade se o fogo surgir nos demais parques de Minas Gerais. A questão maior é haver medidas pré-estabelecidas para atuar no antes e não só no durante e no depois do fogo.

E por experiência própria, acostumado com esse tipo de cobertura jornalística, novidade será poder publicar um dia a seguinte manchete: “Nenhum parque foi queimado nesta temporada”. Manchete essa difícil de acontecer por um motivo muito grave: na maioria dos parques, os ex-proprietários não foram indenizados ou se foram receberam pouco pelo valor do terreno desapropriado.

Em meio a eles, há sempre alguém mais insatisfeito que se aproveita do tempo seco para, de certa forma, se vingar do prejuízo que teve e mascarar a ação. É claro, essa é uma atitude deplorável porque o ambiente e as demais pessoas nada têm a ver com a questão.

E não é por essa via que uma pendenga fundiária será resolvida, mesmo porque o parque é algo de fundamental importância para o meio ambiente de todos nós, inclusive daquele que ousa atear fogo, e a justiça aí está para tratar de todo tipo de demanda.

Há por exemplo os casos de “desapropriação indireta”, quando o poder público se apossa de um bem sem o consentimento do proprietário ou a negociação prévia. Isso confere ao particular o direito a receber indenização. Mas muitas das vezes as indenizações estão aquém do valor real do imóvel e é daí que vêm as insatisfações e a causa de muitos desses incêndios florestais.

É difícil de conceber que um incêndio surja no mato espontaneamente. Estava tudo bem e daí o fogo aparece. Claro, houve de alguma forma a mão de alguém sem a intenção ou propositalmente. Alguém pode não ter conseguido controlar o fogo ateado na propriedade e o incêndio se espalhou. Tudo isso e mais podem acontecer, mas a raiz do problema está lá, no bolso. A insatisfação de um negócio mal resolvido.

Ou será que é por falta de uma campanha? Certamente, não, porque as instituições fazem campanhas contra as queimadas há décadas. Todas as pessoas já viram ou já ouviram alguma campanha neste sentido, e, no entanto, o fogo ainda está aí queimando as paisagens lindas da Serra do Cipó, onde parece que Deus caprichou um pouco mais na hora de inventar um espaço tão maravilhoso como aquele.

*Os valorosos homens do Corpo de Bombeiros estão lá fazendo o trabalho deles, expondo inclusive a vida para dominar um fogo que não surgiu de um raio nem de combustão espontânea.

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