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Fatura deve ser paga pelos poderes econômico e político

Fatura deve ser paga pelos poderes econômico e político

Há bancadas que refletem os interesses coletivos, como a ambientalista ou da Educação, mas as mais agressivas parecem ocupar espaço maior, como a ruralista, da bala, evangélica

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18-05-2024 às 10h:15

Bento Batista*

A única lição positiva que se pode tirar das assombrosas ocorrências das chuvas arrasadoras no Rio Grande do Sul é a de que podemos nos preparar porque nós somos os gaúchos de amanhã, eles, que amargam agora as consequências dos estragos que talvez não tenham sido feitos no estado, mas noutro lugar e os reflexos são sentidos lá. E tome chuvas numa época em que os gaúchos deviam estar agasalhados ou batendo queixo de frio.

O problema do Rio Grande do Sul, como de resto do Brasil inteiro, é político e se acha alojado no Congresso Nacional, onde há loteamentos de interesses de bancadas formadas por políticos que se elegeram para defenderem, politicamente, interesses de grupos. A única bancada que não existe lá é a do povo, porque a política tornou-se sinônimo de corrupção e meio de os políticos individualmente se arrumarem na vida.

As bancadas são chamadas de “bancadas temáticas”. Há bancadas que refletem os interesses coletivos, como a ambientalista ou da Educação, mas as mais agressivas parecem ocupar espaço maior, como a ruralista, da bala, evangélica, dentre outras.

Simbolicamente, o Congresso Nacional é integrado por feras. Lá estão leões, onças, tigres, cobras, cada um com fome maior e o que tiver a goela mais larga engole o outro. Os interesses das populações dependem de político que tenha “espírito público” o que passou longe da grande maioria.

Essas consequências ambientais vividas atualmente, que chamam a atenção do mundo, não são suficientes para levarem os políticos da bancada ruralista, por exemplo, a mudarem o pensamento e legislarem no sentido de evitar mais estragos ao meio ambiente.

Eles estão fazendo justamente o contrário, pensam só nos interesses dos empresários que, certamente os colocaram no Congresso para defenderem os seus interesses. O resto – essa história de povo, criar meio de melhorar a vida dos cidadãos etc. – é conversa fiada. “O povo que se exploda”!

Só que por serem políticos e estando lá no Congresso em condição de criar leis e projetos, parece que não racionam porque é como naquela história antiga de matar a galinha dos ovos de ouro para saber como é ela por dentro.

Mas a fatura chegou e outras mais, infelizmente, vão chegar para cobrar os estragos que, em nome do poder econômico, foram praticados em todas as regiões do País. E, aqui, em Minas Gerais, não será diferente, e um sinal claro, evidente, é a situação do Rio São Francisco, que cortou poço na altura de Pirapora.

Como o Diário de Minas já publicou, mas não custa nada publicar de novo, o então Rio da Integração Nacional está fadado a desaparecer do mapa hidráulico do território mineiro até o ano de 2030.

Será que por um momento o leitor pode imaginar o que poderá representar o fim de um rio como o São Francisco? Quantos milhões de pessoas dependem dele? De que viverão os animais irracionais, a flora e as micro espécies?

Tudo isso e muito mais irão desaparecer por culpa única e exclusiva de nós mesmos, cada um com a sua parcela de responsabilidade, sendo que os poderes econômico e político são os que mais contribuem porque visam só o lucro e não se importam com o “modus operandi” a qualquer preço.

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Arrepia-me ouvir políticos defendendo, mineradoras e agro no cerrado. Minas não passa de um bolo de carne devorada ferozmente pelos leões do poder. Planta-se eucaliptos, uvas e café, em um claro loteamento de terras públicas a favor de poucos da iniciativa privada. Troca-se um pé de cagaita "franzina árvore frutíferas que expande suas raízes para manter a água armazenada no subsolo", por um pé de eucalipto que suga toda essa água, indo parar encima de um caminhão como carvão, o fruto disso é dividido para todos, o lucro econômico para os empresários e o poder público e o povo. A terra rachada e a falta d'água atinge de forma agressiva e avassaladora meu cerrado, ninguém vê. Acredito na deterioração do meu Estado, poucos ostentam poder e riqueza, a maioria pobre pendenga para sobreviver.

 

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