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E não vamos explodir o planeta

E não vamos explodir o planeta

Aquela criança que lia a revista O Cruzeiro ainda vive e se pergunta se não ficaria mais barato e por tudo mais agradável se as nações beligerantes entendessem que a paz e o melhor caminho

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25-07-2024 às 09h:14

Bento Batista*

Quando criança, ao folhear as páginas da antiga revista O Cruzeiro, ficava sem entender o porquê de haver guerra no mundo, com as pessoas se matando.

Da mesma revista gravei a imagem de um homem vestido de túnica branca, calçado de sandálias e empunhando um cajado, subindo as escadas do parlamento inglês.

O homem vestido de túnica branca era o Mahatman (Grande Alma) Gandhi, que mais tarde pude ler alguns dos seus livros e me informei sobre ele, que, ao fazer a “Marcha do Sal”, assombrou o reino inglês e livrou a Índia do jugo da Inglaterra.

A “Marcha do Sal” foi um ato de desobediência civil promovido por Gandhi, em 1930, momento de destaque na campanha dele, com o fito de mobilizar a Índia contra o colonialismo britânico.

Acho que vale mais um parágrafo sobre Gandhi. Antes de iniciar a “Macha do Sal”, ele foi consultar o guru dele e ficaram um diante do outro sem nada dizer. Ao sair da casa, as pessoas perguntaram porque não conversaram. Ele disse que conversaram, e muito.

Dito isso, ele foi andando sem nada mais dizer e as pessoas foram andando atrás dele e a multidão foi crescendo e ele continuou andando e quanto mais ele andava mais a multidão aumentava. E assim se deu a “Marcha do Sal”.

Hoje, a humanidade, olhada de maneira global, nunca esteve tão em perigo. E aquela criança que lia a revista O Cruzeiro ainda vive e se pergunta se não ficaria mais barato e por tudo mais agradável se as nações beligerantes entendessem que a paz e o melhor caminho para todos.

Imagina se as nações umas se interessassem pelas outras, cada uma investindo nas necessidades da outra. Tudo seria diferente porque o objetivo final seria transformar a humanidade, para o bem comum, de modo a fazer com que não houvesse mais necessitados.

Essa montanha de dinheiros gasta com armamentos, cada um se armando mais que o outro, comprovadamente – e os resultados são vistos por todos os cantos – não deu nenhum bom resultado.

Seria o caso de as nações reunidas na ONU ou em qualquer outro país assinarem conjuntamente um acordo para acabar com as divergências, destruir os arsenais de guerra, enfim, estabelecerem um acordo de paz verdadeira. Essa paz que vem de dentro de cada um de nós.

O mundo atual é o retrato em branco e preto da humanidade, “cuspida e escarrada”. O que está  fora nasceu dentro de cada um de nós e cabem a nós todos mudarmos a fotografia se não quisermos dar o último passo para consumar o nosso próprio fim.

Até quem possui só dois neurônios sabe que o mundo atual está insuportável. O que precisamos fazer é refletir sobre o estado das coisas e praticar o contrário do que a maioria vem praticando.

Paz. Ela está dentro de cada um assim como o ódio, o rancor, a mágoa e o que mais for também estão. A energia gasta para odiar é a mesma que se gasta para amar. A questão é de tomar uma atitude. Se a maioria optar por guerra, haverá guerra. Se a maioria optar pela paz, viveremos em paz e não vamos explodir o planeta.

*Jornalista e escritor

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