De fato, Montes Claros é a capital do Norte de Minas
De qualquer maneira, é uma viagem agradável, e o passageiro que tiver olhos de ver apreciará as paisagens oferecidas pela Cordilheira do Espinhaço
25-06-2024 às 16h:45
Direto de Montes Claros
O Diário de Minas de hoje foi editado em Montes Claros, no Norte de Minas, a 433 quilômetros de Belo Horizonte. E da janela do hotel, próximo da Catedral de Nossa Senhora Aparecida, em estilo neogótico, e vendo da janela, ao longe divisar os montes que deram nome à cidade fundada pelo bandeirante Antônio Gonçalves Figueira, desgarrado da Bandeira de Fernão Dias Paes Leme.
Montes Claros nasceu a partir dele, às margens do Ribeirão Vieira e como uma sentença premonitória, tornou-se polo de toda gente que vinha do Nordeste brasileiro fugindo da seca brava que ainda perdura. Hoje, com os seus 161 anos, a cidade consolidou a sua condição de polo de desenvolvimento e se transformou, de fato, na capital da região metropolitana de Montes Claros, porque de direito, ela não usufruiu das benesses.
Saímos de Diamantina – o Diário de Minas e o repórter seu criado – para Montes Claros, e uma coisa intrigou a compreensão, e gerou uma indagação: por que não há serviço de transporte de ônibus intermunicipal de uma cidade para outra?
Quem está em Diamantina e quer ir para Montes Claros de ônibus precisa viajar a Curvelo, município considerado o Centro de Minas Gerais, terra onde nasceu o jornalista e escritor André Carvalho, para tomar outra condução e seguir para Montes Claros. E vice-versa, em pleno ano 2024, é assim. Aliás, sempre foi assim.
De qualquer maneira, é uma viagem agradável, e o passageiro que tiver olhos de ver apreciará as paisagens oferecidas pela Cordilheira do Espinhaço, que já foram mais livres e belas. Já foram porque agora estão sendo tomadas pela monocultura de eucalipto. Monocultura que muito rapidamente está se sobrepondo ao Cerrado, numa realidade agressiva. Desastrosa, porque a região, semiárida por natureza, tende a ficar seca com as mudanças climáticas.
Os sinais da sequidão estão no que ainda resta de Cerrado, que vem sendo invadido sem critério e embora o mundo inteiro perceba os sinais das mudanças, os responsáveis maiores pela geração do problema continuam causando estragos e até aumentando-os mais ainda como se nada estivesse acontecendo.
A notícia boa é que a BR-135 chega aos 50 quilômetros de duplicação na região Central de Minas. Mais 90 outros quilômetros estarão prontos até o final do ano, o que certamente dará mais segurança aos usuários.
Máquinas portentosas são vistas dos lados da rodovia e barracas de acampamento, numa movimentação jamais vista pelas gerações mais velhas e as atuais.
Quem trafega pelos municípios de Curvelo e Corinto, na Região Central do Estado, entrando por Montes Claros, percebe que a rodovia ficará um brinco, mas não se pode evitar fazer menção aos estragos ambientais que as ações geram.
Mas a empresa concessionária, a ECO135 também realiza obras de reabilitação e recuperação de mais de 200 quilômetros de pavimento ao longo de todo o trecho, além da BR-135, que abrange as rodovias MG-231 e LMG-754, ligando as regiões Central e Norte de Minas.
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