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A Inegável ignorância... e outro

A Inegável ignorância... e outro

Na Amazônia, tudo tem ido a extremos, não faltando espúrios e levianos interessados à alimentar barbaridades e atrocidades cometidas em nome do sagrado, a eles empregados de elite bem pagos, meio ambiente nacional

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14-07-2024 às 08h:59

Jose Altino Machado*

Detroit-USA, final da década dos sessenta, e eu estava lá. Nem era para estar, pois não era bem minha praia. Convidado, fui.

Até, então, possuía uma expressiva frota de carretas Scania (fabricação sueca). Quem sabe, até por isso, fui obsequiado e levado por concessionária de fabricantes americanos...

Passadas as palestras e um montão de vídeos exibicionistas, fomos a um salão para coquetel e molhar as línguas cansadas. Aliás, nem tanto, pois aí é que o converseiro foi adoidado. Todo mundo falava, se alguém escutava, não fiquei sabendo.

A certa altura, um senhor bem grandão, parecendo do meio Oeste, me percebendo algo afastado, aproximou-se e ao ler em meu crachá “frotista” logo puxou papo, transformando minha alucinada vida mais delirante ainda.

Naquele ambiente, o fato de possuir um punhadinho de Scania’s não acrescentava nada comparativamente aos currículos dos presentes. Verdade é que mesmo o mais pobrinho e “despoderoso” naquela convenção, na pausa do momento, era alvo das atenções de ninguém menos, que o grande diretor geral da General Motor’s. 

Ao tomar ciência, por sua auto apresentação, de seu cargo e presença no evento, até o inglês que eu falava um pouquinho, deletou-se do meu saber.  E o homem de voz grossa e clara procurava ser simpático e com isso meu insignificante conhecimento linguístico foi se restabelecendo da pane.

O que interessa é que sua fala estava me deixando satisfeito e até vaidoso por elogios à minha pátria, amada. Afirmou claramente, que o Brasil seria um dos melhores países do mundo para se ter uma indústria automotora ou qualquer outra de grande porte. Inflou bem minha vaidade tupiniquim até que...

Talvez, motivado pelo ego ansiando por mais elogios, atrevi a perguntar o porquê. Pra que? O que ouvi me fez ir embora mais cedo e com o rabo entre as pernas. Sacanagem! Estava até gostando e me sentindo um orgulhoso e privilegiado brasileiro, sem nenhum sentimento de vira-latagem.

CEO, ceo não.

Àquela época não tinha essa frescura de ceo, era diretor e só. À pergunta, ele respondeu:

“No Brasil o povo não é reclamante como os daqui e europeus. Aqui você fabrica um produto, que se passados dez, quinze e até vinte anos causar danos ou vitimar usuários, alegando erros de fabricação ou projetos, entram na justiça e o fabricante paga absurdos”.

Daquele momento em diante, já a mim, antipático, continuou:

– “Até a justiça ajuda com sua morosidade. Assim, tudo sai mais barato e cai em esquecimento, não trazendo tanto prejuízo às marcas”.

Filho da puta (diria Lula).

Entretanto, bem pensando sobre a maldita colocação do homão, percebi como hoje tenho convicção de que ele foi apenas franco para comigo, embora não precisasse judiar, ou talvez tenha pensado que eu também sequer notaria a realidade ofensiva da questão. Só pode...

Realmente, este nosso país tem aceitado de tudo e para nada. Não há sequer necessidade de conhecimento mínimo para a administração pública ou as gerências nacionais e vai ficando cada vez pior. A ignorância de não se saber o ínfimo necessário para o mister de execução das responsabilidades outorgadas, faz com que tudo se transforme em um grande bolo de ingredientes totais de “merdas” (linguagem do Lula).

Como bem disse o norte-americano, ninguém nunca reclama de maneira útil e eficaz, com a justiça indo mesmo para o saco.

Há dois longos anos, este governo, exemplo de mau empregador, com portas abertas a desclassificados culturalmente e de parcos conhecimentos, tem feito a chorar e levado à condição de necessitados muita gente trabalhadora e produtora para a base econômica popular, daqueles que não frequentam fila de ossos. Indiscutivelmente esbanja uma irresponsável administração de muitas vontades, vaidades políticas e pessoais.

Na Amazônia, tudo tem ido a extremos, não faltando espúrios e levianos interessados em alimentar barbaridades e atrocidades cometidas em nome do sagrado, a eles empregados de elite bem pagos, meio ambiente nacional.

Até mesmo o presidente do instituto que representa empresas que respondem por crimes gravíssimos nessa mesma atividade, dentro do já sofrido coração brasileiro em Minas Gerais. Seu melhor trabalho, tem sido comprar, através de inútil propaganda, espaço em televisão de rede nacional para assim todo enfatiotado poder ser entrevistado por eminências das comunicações e falar mal dos outros que apenas trabalham honestamente com a cultura que possuem e jamais responderam na justiça “demorada”, como disse o americano, por assassinato de tantos inocentes.  Que Deus lhes dê vergonha, antes que tente pelo menos o purgatório ou que vá direto aos infernos.

A melhor cura para a natureza é através do aculturamento social sempre a buscar a compatibilização e conciliação dos seres humanos com ela. Nada resolve a pura extinção de um em favor do outro, embora esta política só consiga resolver se houver honestidades de propósitos. Intenção que não ocupa muito a consciência daqueles que pagam a lobistas profissionais de unhas pintadas para promoverem “whiskyzitos” regabofes, aos mais altos congressistas. Atuando ainda em meios de comunicação e no próprio Congresso Nacional através de Comissões, defendendo com ataques a terceiros, suas comprovadamente ações de resultados mortais por lavras ambiciosas, que nada contribuem com boa aceitação ao procedimento minerador.

Não devia e nem deveria ser preciso ser eu a dizer que melhor estaria se o governo brasileiro desse cultura a seus executores, para as necessárias proteções, não só ao envolvente ambiente no qual vivem milhões de pessoas, como também a estes tais milhões.

Ainda essa semana, logo aqui, ali, ao central norte do Amapá, aconteceu sacrilégio a este Estado por agentes de fora, até da lei, de atacarem ao berço onde foi parido todo o território, então, tomado aos franceses.

O mais que centenário garimpo do Lourenço, possuidor de toda necessária legalização, com decretos de lavra, o que o transforma em patrimônio particular, só podendo ocorrer seu perdimento por ações judiciais transitadas em julgados...

No entanto, procederam a uma razia, não deixando inclusive de destruir e incendiar, até bases de assistências sociais, como os galpões para refeitórios e lavabos construídos por exigência do Ministério Público Federal.

E a própria lei, que não temos levado em conta, autoriza ao cidadão, por todos os meios, defender de esbulhos seu patrimônio e bens, mas como disseram em Detroit, nem previsto nas leis reagimos. Um dia, um dia este dom divino dos homens haveremos de alcançar. 

E exatamente naquelas mesmas paragens, a mais de século estes homens criados por pais, avós, tataravós e indo por aí, foram responsáveis pela conquista que permitiu a anexação, do hoje, Estado do Amapá, a esta União, que agora lhes dá as costas, enviando a destruí-los o maior e mais respeitado alicerce da unidade nacional: sendo este, o outro, Exército Brasileiro...

Se fazendo autêntico, Lula diria: puta que pariu!!!

*Jose Altino Machado é jornalista

Belo Horizonte MG

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