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Dois milhões de agentes voadores atacam mosquitos da dengue

Dois milhões de agentes voadores atacam mosquitos da dengue

Daqui por diante, até o mês de janeiro de 2025, toda semana o mesmo tanto será lançado nos ares da capital mineira, o que é uma experiência no mínimo curiosa.

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01-05-2024 às 09h:19

Direto da Redação

Se, de repente, o leitor do Diário de Minas deparar com dois milhões de mosquitos pelos ares da capital mineira, não se assuste porque são insetos “turbinados” com uma bactéria e têm a missão de dar cabo dos transmissores da dengue.

Em outras palavras, são mosquitos do bem, com passagem em laboratórios de uma Biofábrica do “Método Wolbachia”, em Belo Horizonte, silenciosamente construída no Bairro Gameleira.

Essa medida vai acontecer toda semana, e poderá se estender até janeiro de 2025. É o chamado “Método Wolbachia” que combate também a transmissão dos vírus da zika e chikungunya. No meio ambiente, os mosquitos irão se reproduzir com os Aedes aegypti locais e assim criarão uma população só com “Wolbachia”.

Para retirar o ponto de interrogação da cabeça do leitor, trata-se do “World Mosquito Program (WMP)” iniciativa de cunho internacional, “sem fins lucrativos”, e atua na proteção das comunidades contra as doenças transmitidas por mosquitos.

O WMP atuou primeiro no Norte da Austrália, em 2011. Hoje em dia atua em 14 países (Austrália, Brasil, Colômbia, El Salvador, México, Indonésia, Honduras, Laos, Sri Lanka, Vietnã, Kiribati, Fiji, Vanuatu e Nova Caledônia).

Aqui, no território brasileiro, a responsabilidade de condução do método é da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), financiado pelo Ministério da Saúde, e parceria com os governos locais. Hoje, atua no Rio de Janeiro (RJ), Niterói (RJ), Campo Grande (MS), Belo Horizonte (MG) e Petrolina (PE).

Os agentes voadores saem dos laboratórios de uma instalação própria que vinha sendo construída desde fevereiro do ano passado, numa área de 4 mil metros quadrados, no Bairro Gameleira. A obra conta com laboratórios e espaços para o setor de administração, em uma área construída de 1,1 mil metros quadrados. A gestão dessa fábrica será da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG).

Isso tudo que o leitor vem acompanhando atentamente até aqui tem a ver com um acordo da mineradora Vale; faz parte da reparação dos danos causados pelo rompimento das barragens da mineradora, em Brumadinho, na Grande Belo Horizonte, em janeiro de 2019. Como já foi publicado e deve ser publicado sempre, 272 pessoas morreram e o impacto socioambiental foi enorme.

Ao participar da inauguração da fábrica, o governador de Minas Gerais, Romeu Zema, disse: “Estou extremamente realizado com a inauguração da obra nesta unidade. A fábrica terá capacidade de produzir 60 milhões de mosquitos por mês e tenho certeza de que, com o tempo, vamos ter números muito melhores com a dengue”.

O método consiste na liberação de Aedes aegypti com Wolbachia para a população (ou seja, mosquitos que não transmitam as doenças).

“Essa fábrica vai revolucionar o futuro de Minas Gerais.  Na medida que essa população do mosquito com Wolbachia crescer, os números da dengue vão cair ao longo dos anos, evitando assim a sobrecarga do sistema de saúde e sofrimento de muitas pessoas. Para mim, é uma satisfação ver que a saúde de Minas está caminhando na direção correta”, completou.

 

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