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Na AL, deputado, Wanderley Ávila “brigou” pelo vapor

Na AL, deputado, Wanderley Ávila “brigou” pelo vapor

E a “briga” maior dele foi com o todo poderoso Antônio Carlos Magalhães (ACM), que queria ficar com o vapor Benjamim Guimarães em definitivo, hoje tombado pelo Iepha

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26-04-2024 às 09h:27

Direto da Redação

Antes de ser eleito conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), Wanderley Geraldo de Ávila, mais conhecido por Wanderley Ávila, foi prefeito de Pirapora (MG), de 1983 a 1988, e se elegeu deputado estadual, pelo Partido Social Democrático Brasileiro (PSDB), a primeira vez, em 1991. Ele estava na Assembleia Legislativa de Minas Gerais, quando foi eleito Conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE), em 2004.

O introito era necessário para se chegar ao ponto de informar que, quando deputado, por diversas vezes, ele usou o microfone do plenário da AL para defender o vapor Benjamim Guimarães, patrimônio que demandou “uma briga” – sabe com quem? – com o todo poderoso Antônio Carlos Magalhães - ACM, o baiano, que queria levar o vapor em definitivo para a Bahia.

Nesse período, o então deputado Wanderley Ávila em toda sessão da AL discursava em favor da permanência do vapor em Minas. A relação dele com a embarcação é uma questão de alma. Quando se ouvia o apito do vapor vindo ao longe, ele sentia arrepiar o corpo inteiro.

Ávila conhece toda a história do vapor e nele pôde viajar rio abaixo e rio acima, mas hoje em dia confessa com certa dose de tristeza sobre a situação em que se encontra esse grande patrimônio dos piraporenses.

A última informação a respeito do vapor, mantido sobre “fogueiras” fora do leito do Rio São Francisco, foi a de que o prefeito Alex César - 2 — Alexandro Costa César (PTB), que antes havia contraído um empréstimo de R$ 2,5 milhões do BDMG, e cancelou porque dizia ter conseguido, a fundo perdido, a mesma quantia por meio da Eletrobrás.

Entre um empréstimo que a Prefeitura teria de pagar e um empréstimo a fundo perdido, ele optou por este porque a Municipalidade não teria de desembolsar nada.

Enquanto isso, o vapor, que para a Capitania Fluvial de Minas Gerais, da Marinha Brasileira, é emblemático, o único no mundo movido a lenha, ali está vítima de fogo cruzado, envolvendo a Prefeitura de Pirapora, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico (Ipha-MG), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e a população da cidade, que reclama a reforma da outra metade do vapor para que a embarcação possa voltar ao leito do rio

O conselheiro Wanderley Ávila prometeu ao Diário de Minas o resgate de seus discursos em favor do vapor, pronunciados quando deputado na AL. Ele, que foi membro e relator da Comissão Interestadual Parlamentar de Estudos para o Desenvolvimento Sustentável da Bacia do Rio São Francisco.

HISTÓRIA

Um pouco de história faz bem. O vapor foi construído em 1913 nos Estados Unidos. Em 1920, o empresário Júlio Guimarães adquiriu a embarcação e a batizou com o nome de Benjamim Guimarães em homenagem ao seu pai.

Por anos, o Benjamim Guimarães navegou pelo Rio São Francisco. Fazia a rota de Juazeiro (BA) a Pirapora (MG), transportando cargas e passageiros por todo o vale sãofranciscano.

Em 1980, logo no início do ano, a navegação do Rio São Francisco foi abandonada. O transporte fluvial entrou em franca decadência e as viagens de vapor tornaram-se cada vez menos frequentes.

O vapor foi adquirido pela Prefeitura Municipal de Pirapora (MG), no início dos anos 1990 e ficou dez parado no porto da cidade, até que, em 2004, voltou a navegar apenas para passeios de curta distância nas imediações de Pirapora, após passar por mais uma completa restauração.

No ano de 2007, outubro, a Capitania dos Portos de Minas Gerais deu autorização para o vapor fazer viagens de longa distância. Nessa época a embarcação ia normalmente à Bahia

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