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Norte de Minas não é o mesmo com o selo “100% Nortineiro”

Norte de Minas não é o mesmo com o selo “100% Nortineiro”

É com esse selo que os produtores de frutas da Abanorte querem destacar a qualidade e a sustentabilidade da fruticultura da região, que abastece os mercados de Belo Horizonte, Rio e São Paulo.

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20-04-2024 às 08h:18

Alberto Sena*

Enfim, o Norte de Minas encontrou a sua real vocação? Com a farta luminosidade possuída, por natureza, consolida-se na produção de frutas. A evolução do setor alcançou êxito ao ponto de lançar o selo “100% Nortineiro”, por intermédio da Associação Central dos Fruticultores do Norte de Minas (Abanorte), presidida pela empresária e produtora de banana Nilde Antunes Rodrigues Lage.

Nascida em Porteirinha, município que já viveu um boom de algodão, produção quase destruída num primeiro momento pelo “bicudo do algodoeiro”, Nilde é formada em Administração de Empresas, e está à frente da Abanorte desde 2019. A entidade foi criada em 1993, com abrangência de produtores de Janaúba, Jaíba e Pirapora.

As frutas da região com o selo “100% Nortineiro” tendem a ganhar o mundo, depois de suprir o mercado nacional.

Cem caminhões saem todo dia da região – 700 por semana, como enfatiza Nilde – para os mercados de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo.

Deixei para o meio deste texto a informação que, sem dúvida alguma, vai aumentar ainda mais o interesse dos consumidores: enquanto lá nos países produtores de banana o costume é de pulverizar os bananais 52 vezes por ano, no Norte de Minas, segundo Nilde, isso acontece só três vezes por ano.

- Como assim? – Perguntei admirado! E emendei: - E nos intervalos, o que acontece?

- O Sol – ela disse, e completou: - A luminosidade é tanta que as pragas não resistem.

Conversei um bom tempo com Nilde, pelo celular. Ela está, como se diz, “de molho” em casa, e mesmo gripada – “não é covid, ainda bem”, disse – mas pôde contar toda a transformação por que passa o Norte de Minas. Aquela ideia difundida de ser região pobre, não existe mais porque trata-se de uma terra de alta produtividade.

- O IDH aqui, na região da Serra Geral, era baixo, décadas atrás, e agora é considerado médio, o que sinaliza a transformação proporcionada pela fruticultura.  

A região do Norte de Minas, economicamente analisada, já teve momentos vários que o caracterizaram, a começar da carne de sol, que hoje não vai ao sol; pecuária leiteira e de corte fortes, inclusive com a criação de um frigorífico, o Frigonorte chamado; pelo pequi, ainda hoje; teve – e ainda tem – o período do carvão vegetal, com dizimação de boa parte das florestas nativas do Cerrado; atualmente, o Norte de Minas é conhecido pela industrialização, principalmente a farmacêutica, tornou-se um pólo; e também a cultura devido a marcante presença da Unimontes, Universidade Estadual de Montes Claros.

Agora é a hora e a vez das frutas. É muito mais vantajoso usar o Sol como aliado do que ficar a vida inteira brigando com ele. Ainda mais quando se pode aliar a energia fotovoltaica voltada para as frutíferas e a agropecuária, o que vem sendo incentivado pelo deputado estadual Gil Pereira (PSD). As próprias placas de captação de energia solar funcionam com sombreiros para as culturas.

O selo “100% Nortineiro” tem como objetivo catapultar a cadeia de produção e assegurar a qualidade das frutas cultivadas por produtores de municípios como Janaúba, Jaíba e Pirapora, entre outros.

“O Norte de Minas tem a fruta mais saudável do Brasil, por causa do sol que a gente tem aqui, com baixa pressão de pragas. Isso significa menos aplicação de agro defensivos”, explica Nilde Antunes, presidente Abanorte, com sede em Janaúba. O município conta com o Rio Gorutuba e a barragem do Bico da Pedra, que com o tempo transformou a região em um oásis.

Daqui para frente, com o empreendedorismo de Nilde e sua equipe, a ideia é realçar o mais que puder a qualidade dos produtos e os benefícios agregados. No momento, a produção abastece o mercado nacional, mas como a tendência é de incremento, a meta é abastecer outros países.

Ela disse ao Diário de Minas ter recebido recentemente sondagem de empresário colombiano. Mas no momento a produção fica no mercado interno. A qualidade dos frutos, daqui para frente, segue com a marca, se for “100% Nortineiro” dos três “S”: “Solubilidade, Sustentabilidade, Social”.

A Abanorte, segundo Nilde. luta para que os fruticultores tenham um ganho justo, compatível com a oferta. Apesar dos desafios de logística e baixa oferta de água, os produtos são saborosos e de excelência comprovada – banana, manga, limão e uva. Além de vinho bom.

*Editor Geral

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Grata surpresa, pensar no norte de Minas apenas como fonte de riqueza mineral é assustador, nos tira a esperança de sair da posição de explorados . Ver a terra produzir nos enche de alegria e orgulho. Bela iniciativa

 

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