Eletrobras custeia reforma do vapor Benjamim Guimarães?
O prefeito de Pirapora, Alex César (PTB) informa ter conseguido R$ 2,5 milhões a fundo perdido para concluir a metade restante da reforma do histórico vapor
13-04-2024 às 06h:56
Direto da Redação
A situação do valoroso vapor Benjamim Guimarães, o único no mundo movido a lenha, é digna de escrevinhar um livro com passagens e sentimentos que perpassam todo o emocional de uma população de 129 mil habitantes de Pirapora, na margem direita do Velho Chico, na zona do Alto Médio São Francisco.
O vapor é emblemático para o povo daquela cidade e também para a Marinha do Brasil, como atesta o professor e doutor Paulo Roberto Cardoso, marinheiro de alma, e conhecedor da história da embarcação, que, à essa altura das idas e vindas da sua reforma, causa problema de vazão do rio.
A hidrelétrica de Três Marias precisa manter as comportas fechadas para evitar vazão maior e o vapor voltar antes da hora para o leito do rio. Caso isso aconteça, nunca mais será recuperado, para o desespero dos piraporenses.
Desde o ano de 2021, o vapor é o centro dessa lenga-lenga, que envolve o Iepha, o Iphan, a Prefeitura de Pirapora, a Câmara Municipal e outros mais, sem que haja uma solução.
Tudo gira em torno do projeto de reforma do vapor e do custo das obras que estão pela metade e demandará R$ 2,5 milhões. Segundo o prefeito Alex César (PTB), que está sendo crucificado e com certa razão, o projeto teve de ser refeito e agora, por último, ele conseguiu a verba com a Eletrobras, a fundo perdido.
Antes, havia feito um empréstimo ao BDMG e quando parecia que tudo estava resolvido, o prefeito teve a oportunidade de conseguir os recursos com a Eletrobras. Entre um empréstimo que ele teria de pagar e o da Eletrobras a fundo perdido, ele optou por este.
Para a opinião pública, o prefeito está enrolando porque tem interesse em se reeleger nas próximas eleições. Mas ele nega e assegura que a campanha para a reeleição não faz parte da pauta do vapor. A questão é que coube a ele a incumbência de resolver o problema e acredita que resolverá agora com o adjutório da Eletrobrás, “a custo zero”.
O ativista ambiental Aparício Mansur, que acompanha passo a passo tudo que está relacionado com a reforma do vapor Benjamim Guimarães, se mostra ressabiado quanto às promessas do prefeito, e está pagando para ver o que acontecerá nos próximos dias.
Mansur nem acredita que haja um edital para respaldar a obra. Se há, ele não viu. E está cansado de tanto lutar para ver o vapor deslizar nas águas do Rio São Francisco novamente,
Evidentemente, o rio já não oferece mais as condições para o vapor navegar fazendo a rota antiga, indo até a Bahia. Mas quando isso acontecia, a viagem de vapor era uma experiência rica. Os passageiros viviam intensamente só de apreciar as margens do rio e as suas maravilhas.
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Bacana! Fortalece bastante o turismo local