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Indiozinhos morrem por doenças curáveis

Indiozinhos morrem por doenças curáveis

É o que constatou um grupo de quatro pesquisadoras que fizeram um trabalho penoso, pelas dificuldades, sobre a taxa de mortalidades de pequenos índios de até quatro anos de idade

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12-04-2024 às 19h:40

Direto da Redação

O professor Darcy Ribeiro, indigenista, viveu anos com os índios no Brasil Central, tendo escrito o livro intitulado Kadiwéu sobre as suas experiências com eles, e dizia que, “no futuro”, os índios seriam “milhões”. E quando ele dizia isso, os olhos dele até brilhavam, porque nascido em Montes Claros, no Norte de Minas, tinha espírito índio e alma também.

No entanto, as notícias que se ouvem sobre os indígenas, que aqui estavam quando Pedro Álvares Cabral invadiu o Brasil, não são animadoras, devido ao índice de mortalidade de crianças da raça ter mais do que dobrado.

É o que informa um relatório de estudo feito pelo Núcleo Ciência Pela Infância (NCPI), organização não governamental que mobiliza pesquisadores de áreas diferentes e parceiros de instituições científicas.

Entre o período 2018 e 2022, o último ano, para cada mil indiozinhos nascidos vivos, 34,7 com até quatros anos morreram. É uma taxa de 2,44 vezes maior.

A taxa é maior até que a registrada entre o restante da população brasileira. Em 2022, crianças não indígenas, para cada mil nascidos vivos, 14,2 morreram.

No caso das mortes de crianças indígenas de até quatro anos, o que mais chamou a atenção é que 18% delas morrem em virtude de doenças respiratórias e infecciosas, 14%.

As pesquisadoras querem dizer com isso que doenças são o principal risco para os pequenos indígenas. “Em termos proporcionais, percebe-se que crianças indígenas morrem mais por doenças evitáveis do que as não indígenas”, denunciam

Esse importante trabalho e relato foi realizado pelas pesquisadoras: Emilene de Sousa, socióloga e professora da Universidade Federal do Maranhão (UFMA); Márcia Machado, professora da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Ceará (UFC); Natacha Silva, nutricionista com atuação no Sistema Único de Saúde (SUS) envolvendo a atenção à saúde indígena em Rondônia; e Tayná Tabosa, fisioterapeuta e pesquisadora da UFC.

Baseado no Censo Demográfico 2022, a população indígena brasileira é de quase 1,7 milhão. A maior concentração fica na região Norte, com 45%. As profissionais tiveram dificuldades para melhorar os indicadores da saúde dessa população devido ao acesso aos territórios indígenas, tanto pelas distâncias e por não ter meio adequado de transporte.

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