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O que está por trás do discurso da canadense Sigma

O que está por trás do discurso da canadense Sigma

A mineradora chegou ao Vale do Jequitinhonha como todo colonizador, só que não veio com espelhos nem colares, mas outros apetrechos aos olhos mais atraentes, mas duvidosos.

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12-04-2024 às 09h:17

Direto da Redação

A mineradora canadense Sigma Lithium, que explora e exporta montanhas do mineral lítio para a China, e que fez um mistério sobre a sua venda, que deu em nada, vem incomodando indígenas e quilombolas do Vale do Jequitinhonha (MG).

A empresa canadense aportou em Araçuaí e Itinga com um discurso novo de colonizador da era informática, achando que poderia enganar por muito tempo com essa história de “lítio verde”.

É tudo lorota, porque de verde o lítio não tem nada, e está mais para bege do que verde e a extração causa os mesmos buracos nesta terra sofrida e explorada de qualquer jeito.

Assim como o português Pedro Alvares Cabral veio com seus espelhos, colares e badulaques para enganar os índios, a Sigma chegou com a prosa boa da CEO, Ana Cabral, que de fato é uma pessoa bem preparada, mas por mais bem preparada seja não consegue enganar ninguém que veja a mineração de lítio como outra qualquer. Abre os seus buracos e depois faz de conta – quando fazem – que estão recuperando o terreno.

O diferencial da canadense Sigma é o discurso, diante das várias outras mineradoras que estão nem aí para a questão social da região e só querem mesmo é explorar os minerais, não dando a mínima para a população, que viu o sossego e a vida pachorrenta que levava mudar duma hora para outra.

Caso dos indígenas e quilombolas que reclamam e alertam para o aparecimento incomum de animais na região. A mineradora Sigma tira o corpo fora dizendo que nada tem a ver com ela. Mas é claro que tem ou será que ela arrebenta o “espodumênio”, em busca de lítio, com traques de festas juninas?

E é por causa das explosões que os bichos estão assustados. Isso sem falar dos ruídos constantes e da poeira próximo da casa deles, coisa que não acontecia antes de a mineradora canadense ocupar a paisagem com a sua gana de explorar lítio.

Os reclamantes afirmam que o único projeto de grande porte hoje em execução na região é o da mina “Grota do Cirilo”, operada pela canadense Sigma Lithium entre as cidades de Itinga e Araçuaí.

A mineradora reclama de uma queda brusca no valor do lítio no mercado internacional, e por isso resolveu não vender a empresa, mas continua a explorar a área, sem se importar com os impactos. Os indígenas do povo Pankararu-Pataxó perceberam o aumento da quantidade de morcegos e abelhas na aldeia onde vivem, a 15 quilômetros da planta da mineradora entre as cidades de Araçuaí e Coronel Murta.

“As explosões na mineração afugentam os animais, e os morcegos são muito sensíveis. Se tirar os frutos da flora, onde é que os animais vão procurar seus alimentos? Na nossa aldeia, que agora está com muito morcego, nunca tinha visto isso”, diz Cleonice

Fato é que indígenas e quilombolas estão com medo. “A gente depende da terra, por isso temos esse cuidado. Não caçamos animais de qualquer jeito, coletamos os frutos na hora certa e, se tirarmos uma árvore, plantamos outras três. Essas pessoas tratam o vegetal como nada, mas para a gente ele é um ser vivo de direito”, diz Cleonice Pankararu.

(Esta é a 1ª de uma série).

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Mineradora, qual delas respeita o meio ambiente, se do meio ambiente retira a matéria prima que nessecitam? Então.....

 

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