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Centro de Belo Horizonte parece velho e feio

Centro de Belo Horizonte parece velho e feio

O Centro era o coração e alma da capital mineira. Naquela ocasião era comum ver homens de terno e gravata, chapéu na cabeça, numa elegância, que só vendo. Agora virou área de passagem

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07-04-2024 às 08h:08

Direto da redação

Se o Centro da capital mineira fosse um ser humano, diria que o aspecto dele é de gente velha, em processo de esclerose precoce porque Belo Horizonte fez cem anos de idade há pouco tempo. E o que são cem anos para uma cidade? Uma gente humana fazer cem anos de idade é velha. Uma cidade centenária ainda é jovem.

Mas a aparência do Centro da cidade é desse jeito e um velho mal cuidado. Os prédios, quase todos, aparentemente estão precisando de uma requalificação. BH perdeu o cheiro característico que tinha de capital. Noutros tempos, quando se podia encontrar pessoas conhecidas na rua, desse jeito.

Para quem aqui chegou faz mais de meio século, o Centro era o coração e a alma da capital. O que se via naquela ocasião eram mulheres elegantes e homens de terno e gravata, chapéu na cabeça, numa elegância, que só vendo para acreditar.

Hoje em dia, o Centro da cidade virou apenas um lugar de passagem porque perdeu todos os atrativos que mantinham as pessoas ali paradas nas calçadas em conversas sobre política, principalmente. Era o que acontecia em frente ao café Pérola.

Hoje, décadas depois das imagens citadas, quem estiver no Centro da cidade, pelas imediações da Praça Sete, pode observar a Avenida Afonso Pena e as ruas transversais, e vai constatar o que foi narrado acima.

E para completar, pode dar um giro lá na Praça da Independência, que ganhará de fato a independência depois da intromissão do prédio Sulamérica.

Os dois prédios invadiram a praça, entraram de gaiato na paisagem e décadas depois receberão o troco, porque a praça é muito mais importante do que o edifício que, à época, deixou o educador, professor Darcy Ribeiro, indignado com a construção.

Conversei com uma determinada pessoa que trabalha num dos prédios. Não a identifico propositalmente, e ela me disse ser a favor do resgate da praça, mas a maioria dos ocupantes – proprietários de lojas e salas, principalmente – é contra.

A pessoa com quem conversava e se dizia a favor, argumentou, no entanto, que, “resgatar uma praça para que sirva como morada de sem casa, é questionável, porque a PBH devia estar resolvendo o problema dessas pessoas antes de tomar a iniciativa”. Mas ele defende o resgate da praça; “defendo, porque o prédio não fazia parte da planta original” – disse.

No local, imaginando o que era antes da construção do prédio, a gente tem a sensação de estar em um lugar abafado e é fato que descaracterizou a praça,  espremido ali. Certamente depois da recuperação do logradouro, quem irá ganhar é a população, mas não se pode deixar acontecer nela o que aconteceu em outras praças da capital, como a Raul Soares.

É importante antes resolver o problema social, senão o que essas famílias morando nas calçadas, embaixo de marquise, dão a impressão de injustiça social e as pessoas, impotentes para solucionar o problema ficam com a consciência incomodada, pensando que enquanto dormem em um colchão em casa, muitos estão ao léu.

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