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Eis a quinta parte, e última, da entrevista de Gabriel ao DM

Eis a quinta parte, e última, da entrevista de Gabriel ao DM

O vereador, candidato do MDB a prefeito, se eleito for, uma das medidas que adotará é a arborização da cidade com árvores frutíferas para atrair pássaros e acabar com os mosquitos

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05-04-2024 às 09h:22

Alberto Sena*

Nesta quinta e última parte da entrevista dada ao Diário de Minas pelo presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte, candidato do MDB – Movimento Democrático Brasileiro – à Prefeitura da capital, o vereador Gabriel Azevedo, vale fazer um resumo das intenções dele, se eleito for nas eleições de outubro próximo.

Uma das ideias dele e que mais chama a atenção, é fazer com que o Centro de Belo Horizonte cresça para cima, como Nova Iorque, nos Estados Unidos da América do Norte, e Beijing, por nós chamada Pequim, na China, onde os edifícios beijam as nuvens. São atitudes que geram ondas de desenvolvimento socioeconômico e socioambiental.

Aliás, não precisa ir tão longe assim, quando temos um exemplo aqui pertinho de nós, bastando ultrapassar a Serra do Curral para chegar lá. É Nova Lima, que está a crescer para cima, com prédios vários, mais parecidos com o centro de uma grande cidade.

Gabriel vê nesse fenômeno uma falta de iniciativa e criatividade do atual prefeito, Fuad Noman (PSD), que pleiteia a reeleição, por não ter conseguido estancar essa fuga de belo-horizontinos para Nova Lima e cidades da Região Metropolitana, em prejuízo, principalmente, para o Centro da capital.

A intenção dele é “tirar BH do marasmo”, porque em sua opinião, mais do que parada, a capital mineira está atrasada e de Cidade Jardim, que foi um dia, se apresenta feia, com um trânsito de veículos à beira do insuportável.

Como cidadão que gosta de andar pela cidade a pé para observar por onde anda ou então usar de uma das quatro bicicletas que ele possui no apartamento onde mora desde o nascimento, na Rua Tupis. Ele é novo – 37 anos – mas viveu os bons tempos do Centro, ele quer resgatá-lo com ações efetivas.

Centro da cidade que ele ama e antes de qualquer coisa, antes mesmo de pensar em Belo Horizonte, no seu aspecto urbanístico, ele diz que irá cuidar dos belo-horizontinos, porque a palavra política significa “cuidar de pessoas”. E uma das primeiras coisas a fazer é atender a demanda dos que estão vivendo debaixo das marquises. “Rua não é lugar de ninguém morar” – ele disse.

Vamos deixar o candidato falar, e a primeira pergunta desta quinta parte da entrevista é:

- Em muitas cidades do exterior, Espanha, por exemplo, a gente encontra frutíferas na arborização de cidades. Aqui, em BH, quem anda encontra em pontos raros, mamoeiro, amoreira, bananeira, jambo, tamarindo. Por que não introduzir na arborização da cidade frutíferas para a própria população se servir delas?

- Porque é crime, não é? Hoje em dia, se alguém planta uma laranjeira ou um limoeiro, você é um criminoso. Olha só, essa cidade é muito dura quando o assunto é árvore.

- Como assim?

- Primeiro tem uma empresa para cortar, outra para destocar, depois tem mais uma empresa para plantar. De fato, elas não conversam entre si e a cidade está ficando desarborizada. E pior: aqui no Centro, na região mais central, às vezes uma árvore morre ou é cortada, e em vez de plantar outra, o espaço onde ele existia é cimentado. Eu acredito que é preciso haver uma política para incentivar as pessoas a arborizar a frente de suas propriedades e a PBH tem de ser “tarada” por plantar árvores, sobretudo árvores frutíferas que atraem pássaros, que combatem mosquitos (ele enfatizou bem, “mosquitos”) e cria, obviamente, um ambiente mais produtivo e feliz para a nossa cidade.

 - Como era a sua vida, quando criança nascida e vivida no Centro da cidade?

- A gente diz que uma criança nascida em um bairro como o Jaraguá ou em um bairro mais residencial, tem a rua como espaço para jogar bola e brincar com as outras crianças; não é o que aconteceu em meu caso. Nasci em um caos urbano, e acho gostoso, na Rua Tupis com Rua Rio de Janeiro, na minha porta há um trânsito intenso. Moro em um prédio típico, ali do Centro, são 12 pavimentos, sendo dois apartamentos por andar, e no meu prédio havia muitas pessoas idosas. E essas pessoas idosas me chamavam para jogar xadrez, para escutar ópera, para ler, mas ao mesmo tempo eu ia brincar no adro da Igreja de São José, ia ao Parque Municipal e usava todos os brinquedos porque esses espaços são legais e você tem a importância da escola.

- Estudou onde?

- Estudei no Instituto de Educação e lá era também um ramo de atividade. Quando criança, morando no Centro da cidade, eu fazia tudo a pé, é o que faço a mobilidade, então eu morava em um lugar, para ir à padaria andava um quarteirão, para ir à farmácia andava um quarteirão, para ir à escola eu percorria a Avenida Afonso subia a Avenida Carandaí e voltava. Isso de você morar onde tem as coisas é o que faz a cidade funcionar.  

(Só a título de rememoração, Gabriel Azevedo enfrentou e venceu dois pedidos de cassação de mandato, na Câmara de Vereadores de BH, que ele considerou “uma sacanagem que quiseram fazer comigo”. Ao final de tudo aprendeu a lição e desde o primeiro pedido teve a sensatez de investir em si mesmo, fazendo terapia, para que viesse a se controlar de modo a não deixar que o modo de ele ser venha a ser usado contra ele mesmo).

*Alberto Sena é Editor Geral do DM, com a colaboração do Diretor-Executivo, Soelson Barbosa Araújo

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