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O martírio de Jason e Gerlane

O martírio de Jason e Gerlane

Jason, já com seus 95 anos de idade, juntamente com sua segunda esposa, senhora Gerlane, ficaram desesperados quando foram abordados pela conselheira do Conselho Tutelar de Turmalina

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29-03-2024 ás 09h:28

Direto da redação

Ao ser entrevistados pelo Diário de Minas. Gerlane Trindade da Silva, de 43 anos de idade, com o coração partido, foi a primeira a se manifestar: disse ao DM que mora no povoado de Poço Dantas, município de Turmalina, no Vale do Jequitinhonha, Minas Gerais.

Segundo ela, quando residia na sede da cidade de Turmalina com seu esposo Jason Soares de Macedo, seis anos atrás, recebeu a visita de um membro do Conselho Tutelar, recém empossado. Sem entender nada do que estava acontecendo, Gerlane e seu esposo começaram a ouvir o representante do conselho.

Segundo o casal, a conselheira disse que estava ali para averiguar as denúncias da senhora, Maria Tereza Lima Simone, residente à rua Rosa Virgílio, número 44, bairro São João Batista, Praça do Cruzeiro.

Os filhos do senhor Jason com a senhora Gerlane, nessa época; Marcos Trindade de Macedo com 6 anos de idade e os gêmeos, Davi Trindade de Macedo e Daniel Trindade de Macedo, ambos com 4 anos de idade, foram retirados da guarda dos pais de forma cruel, segundo o que foi relatado ao jornal Diário de Minas pelo casal.

Jason, já com seus 95 anos de idade, juntamente à sua segunda esposa, senhora Gerlane ficaram desesperados quando foram abordados pela conselheira do Conselho Tutelar de Turmalina. Naquele dia, o senhor Jason, após ouvir que perderia a guarda de seus filhos, disse: “Não acredito nisso, não consigo nem imaginar viver separado de meus filhos.“Deus, isso não pode ser verdade. Em toda a minha vida sempre fui uma pessoa trabalhadora, simples e honesta.”

Segundo o casal, a decisão do Conselho Tutelar de Turmalina foi abrupta e sem chances até mesmo de se submeter a um Termo de Ajuste de Conduta com monitoramento e diligências mensais do Conselho Tutelar local.

Só consideraram as denúncias de Maria Tereza Lima Simone. Segundo o senhor Jason eles não foram ouvidos em nenhum momento. Nada que faziam para contrapor às inventadas da denunciante era considerado. Nada adiantava.

Isto, até serem chamados para assinar um acordo com o juizado de menores, com o promotor de justiça, com o Conselho Tutelar e seu advogado, Anízio de S. Ferreira.

Após 7 anos sem a presença dos filhos e sem conseguir vê-los, regularmente, como permitido pelo juiz da comarca e com duas tentativas de reaver a guarda dos filhos, por meio dos advogados, Bruno Antunes e Bruno Barroso, sem êxito, o senhor Jason, procurou o advogado Wilson Lourenço e pediu para ajudá-lo em mais uma tentativa de reaver a guarda dos próprios filhos.

Diante disso, o Diário de Minas entrou em contato com o doutor Wilson que relatou ao jornal que: “por se tratar de uma pessoa muito simples e humilde, sem nenhum estudo, fiz uma ação humanitária nesse caso do senhor Jason. Rastreei todo o processo, desde a constituição do primeiro advogado do caso e pude descobrir que, mesmo com as tentativas de reaver a guarda dos filhos, havia sido tentado, há dois anos a transferência da guarda atual para uma filha do senhor Jason, no caso, irmã das crianças por parte de pai”.

“Quando tudo parecia ir bem, a filha do senhor Jason alegou dificuldades para criar seus próprios filhos e desistiu de aceitar mais essa incumbência. Dessa forma continuou prevalecendo o acordo inicial”.

O advogado Wilson Lourenço lamenta que uma pessoa “com 95 anos tenha que passar por tudo isso”.

O senhor Jason, nessa entrevista ao Diário de Minas, assegurou que essa pessoa que os denunciou, não era babá e nem parente deles e desabafou: “Eu, nos meus quase 100 anos de idade, lúcido e ativo, não mereço terminar os meus dias aqui nesta terra com meus filhos sendo criados por estranhos. É muito triste e sofrido! ”

Ele desabafa e completa: ‘Não tem um só dia que eu e minha esposa ficamos sem pensar em nossos filhos, imaginando como eles devem estar sendo tratados. A tristeza é muito grande”.

Nossa reportagem, por diversas vezes, ficou sensibilizada, pela simplicidade e humildade com que o casal Jason e Gerlane enfrentam este pesadelo.

“O que mais entristece é ver as autoridades da justiça e o Conselho Tutelar continuarem acreditando nas mentiras contadas pela senhora Maria Tereza”. Desabafa Jason.

Jason diz ter mais de 300 pessoas prontas para testemunhar a seu favor e apesar disso nada acontece. Disse que o caso já foi parar nas mãos de cinco advogados, tendo realizado gastos, sem poder, totalizando mais de R$14 mil reais.

A mãe das crianças, nesses seis anos longe dos filhos nunca conseguiu vê-los, e o senhor Jason completa indignado, que o Conselho Tutelar conseguiu colocar sua esposa como louca só porque ela faz uso de um remédio de controle, ou seja, meio comprimido ao dia para depressão”.

O senhor Jason, diferentemente de sua esposa, conseguiu por intermédio de seus advogados, que o juiz autorizasse a sua visita aos seus filhos nas quartas-feiras e aos sábados na parte da tarde. No entanto, ele disse que essa ordem não é respeitada por “essa mulher estranha”, a senhora Simone, a quem se refere, responsável pela guarda de seus filhos.

Só conseguiu ver os seus três filhos quando pediu apoio da polícia de Capelinha, cidade vizinha. Nesse dia o senhor Jason viu seus filhos convivendo com cachorros e gatos. Na hora das refeições, cinco cães e quatro gatos disputavam a comida, em uma pequena bacia, com as três crianças.

Disse que seu coração ficou partido, só de lembrar que sua condição de aposentado, recebendo R$ 2.800,00 por mês e proprietário de 5 cinco imóveis, um onde reside, outro onde reside seu filho do primeiro casamento e os demais alugados, e que as crianças poderiam estar sendo bem cuidadas e podendo até pagar uma cuidadora.

Com os olhos lacrimejantes, a senhora Gerlane, mãe das crianças reclamou que, até o seu benefício (BPC Loas) foi direcionado para essa senhora gastar com seus filhos. E ela completa: “Por que não colocaram meus filhos na guarda de alguém da minha família?”

O senhor Jason apela às autoridades do judiciário, Conselho de Direitos Humanos da ALMG para que “permitam à sua esposa, mãe das crianças, e a ele a felicidade de viver o pouco tempo de vida que ainda lhe resta com seus filhos”.

A reportagem entrou em contato com alguns atuais conselheiros do Conselho Tutelar de Turmalina, mas nenhum deles autorizou a divulgar o nome, apesar de terem sido questionados que são personalidades públicas eleitas pelo voto dos moradores do município e que poderiam prestar informações sobre o caso. Após insistir muito, disseram que, somente com autorização do juiz da comarca de Turmalina se manifestaram.

Lamentavelmente, na comarca de Turmalina, há mais de uma década, os juízes recém concursados é que vão para lá e sempre está sem juiz, como agora. Reclamam os operadores da lei da cidade, provocando um grande atraso na tramitação dos processos.

Por fim, a reportagem lamentou não ter podido obter as informações que ajudariam a elucidar esse martírio vivido por Jason e Gerlane, como: Quanto o casal recebe pela guarda das crianças? Qual a profissão do casal que tem a guarda, e se trabalham? Quais são os rendimentos do casal que ficou responsável pela guarda? Quais foram os critérios para entregar as crianças para uma guarda fora do lar dos parentes próximos? O casal tem vida pregressa ilibada, pressuposto principal para receber a guarda de qualquer criança?  

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