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“Pampulha não pode ser esse túmulo em que se transformou”

“Pampulha não pode ser esse túmulo em que se transformou”

Eleito prefeito de Belo Horizonte, o vereador Gabriel Azevedo disse, em sua entrevista ao Diário de Minas, que vai requalificar também o conjunto arquitetônico da Pampulha e a lagoa

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29-03-2024 às 09h:07

Alberto Sena*  

Se o prefeito de Belo Horizonte fosse o então presidente da Câmara Municipal, vereador Gabriel Azevedo (MDB), a Pampulha, chamada de “nosso maior cartão postal”, seria vivida pelos belo-horizontinos de direito e de fato como o nosso cartão postal. O que não acontece nos dias atuais porque a lagoa poluída e o patrimônio arquitetônico estão abandonados.

Assim como pretende fazer com o Centro da cidade, que carece de uma requalificação, Gabriel Azevedo disse que fará com a Pampulha, sendo eleito prefeito de Belo Horizonte.

Todas as atrações da Pampulha, Casa do Baile, Museu, Cassino, tudo irá funcionar para resgatar a vida diuturna e noturna, de modo a despertar no belo-horizontino e nas pessoas que vêm de fora o prazer de visitar e viver momentos felizes na Orla da Lagoa, livre de poluição.

(Abro, aqui, um parêntese para dizer, com a permissão dos caros leitores, que, na década de 1970, quando cheguei de Montes Claros para morar em Belo Horizonte, fiquei em casa de minha irmã, Célia e Alcides, marido dela, no Bairro Jardim Atlântico do outro lado do Aeroporto da Pampulha. Na época podia-se assistir ao vaivém de aeronaves. O que estou querendo dizer com isso é que assistia principalmente nos finais de semana o movimento de barcos e lanchas na lagoa da Pampulha e até competições. Se se considerar que os primeiros sinais de poluição da lagoa surgiram há cerca de 85 anos, quando caramujos começaram aparecer, lembrando que eles são hospedeiros do Schistosoma mansoni, que causa a esquistossomose, tinha lá excesso de cianobactérias na água, mortandade de peixes, aguapés, esgoto sanitário, excesso de fósforo, proliferação de algas e o assoreamento, e não há espelho d’água que aguente).

Mas, devolvendo a palavra ao candidato Gabriel Azevedo (MDB), o fim da despoluição da lagoa está próximo porque “amo a Pampulha”.

É o que ele diz nesta terceira parte da entrevista ao Diário de Minas, na Bonomi, na Avenida Afonso Pena, 2600, em Belo Horizonte.

- Eis aí a questão, como você, prefeito vai resolver o problema da Pampulha?

- Pampulha é uma lagoa poluída, descaracterizada e sem um uso adequado. Para solucionar o problema, a Prefeitura Municipal de BH precisa conectar as residências que ainda não estão conectadas à rede da Copasa, o que foi prometido e não cumprido desde o ano passado.

- Ainda vai esgoto para a lagoa?

- Vai. Mas é preciso haver uma integração com a Região Metropolitana, com Contagem. A Prefeitura é muito lenta para fazer isso. Em segundo lugar, o entorno da lagoa é um desperdício porque você não tem um significado verdadeiro do espaço de encontro de pessoas.

(Outro parêntese: A chamada Bacia Hidrográfica da Pampulha é constituída dos córregos AABB, Água Funda, Braúnas, Mergulhão, Olhos D´Água, Ressaca, Sarandi e Tijuco. 44% dos 98,4 km2 da Bacia Hidrográfica da Pampulha ficam no município de Belo Horizonte e 56% em Contagem. O primeiro prefeito que teve olhos para a Pampulha foi Maurício Campos no início da década de 1980. Em outras palavras, isso quer dizer que há cerca de 45 anos que essa lenga-lenga de despoluição da lagoa começou e hoje é vista como um sumidouro de verbas públicas, porque entra prefeito e sai prefeito e a lagoa continua do mesmo jeito.).

Gabriel retoma:

- Eu, prefeito, na Pampulha removeria as faixas para carros da Avenida Otacílio Negrão de Lima para a rua posteriormente. Deixaria a faixa da lagoa para pedestres e ciclistas. Tiraria os carros dali porque é só ir lá nos finais de semana e ver que as pessoas estão espremidas em um passeio curtinho com carros indo e outros voltando. Não tem sentido, aquilo ali tem de ser o grande calçadão de Belo Horizonte. E não é só o calçadão, é preciso fazer com que as casas que estão na orla tenham uso comercial, para que na orla do nosso cartão postal tenha restaurantes, bares, lojas para que as pessoas caminhem por ali com prazer. Hoje, quando vem alguém de fora da cidade - e aí eu entro no terceiro ponto – para conhecer os prédios históricos do conjunto arquitetônico, as pessoas param diante da igrejinha, sacam uma foto e vão embora; chega no museu e o museu está fechado; vai à Casa do Baile e está fechada.

- É verdade.

- O conjunto é um ponto de referência para o belo-horizontino, mas nós próprios não vamos lá porque não tem nenhum outro atrativo. Para quem vem de fora, é um passeio que não dura nem meia hora. Ou seja, é preciso fazer alguma coisa para dar um uso para aqueles prédios. A Casa do Baile tem de voltar a ter eventos, eventos animados com música e gastronomia, permanentemente. Patrimônio não é para ficar guardado, patrimônio é para ser utilizado. A mesma coisa acontece com o Cassino. Já disse, acho que aquele lugar precisa ser requalificado. As pessoas precisam olhar para ele a noite e ver que está todo iluminado, com gente se divertindo, utilizando. A Pampulha não pode ser esse túmulo em que se transformou.

- Você tem alguma ideia para aplicar relacionada com os pets?

- Eu sou um vereador que tem um conjunto de projetos de lei para a causa animal. Particularmente, eu gosto bastante de animais. Tenho cachorro. Já tive vários cachorros na vida. Já adotei alguns, mas infelizmente morreram. Atualmente tenho dois. Gosto também de cavalos. Sempre pratiquei hipismo, desde o colégio militar. Gosto muito e acredito que uma cidade que vive em harmonia com os seus animais tem tudo para gerar mais felicidade. Sobretudo para crianças e idosos, uma cidade que respeita essas duas pontas da vida e a presença de pets, na vida das pessoas é algo que as tornam felizes.

*Editor Geral do DM, com a colaboração do Diretor-Executivo Soelson Barbosa Araújo

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