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BH mudou, resta saber se foi para melhor ou pior

BH mudou, resta saber se foi para melhor ou pior

Pegamos aquela fase em que a Praça Sete era o que havia de melhor, além do Pirulito, que me lembrava o obelisco de Obelix da revista em quadrinhos Asterix

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06-03-2024 às 09h:34

Alberto Sena*

Bobagem querer tentar barrar o tempo. É, como se diz, “não há nada que só sobe e nunca desce”, assim como “não há bem que sempre dure nem mal também”. Tudo muda, como disse Lavoisier, “nada se perde, nada se cria, tudo se transforma”.

Vai daí que lembramos hoje de quando viemos para Belo Horizonte em definitivo. Já havíamos vindo aqui várias vezes, por muitos motivos, mas em definitivo foi em 1972.

Foi naquela fase em que a Praça Sete era o que havia de melhor, além do Pirulito, que lembrava o obelisco de Obelix da revista em quadrinhos Asterix, produzida por Goscinny e Albert Urdeso.

Numa comparação daquela época com a situação atual da Praça Sete, a coisa lá mudou da água para o vinho.

Até a década de 1970, entrando na de 1980, ali era frequentado por gente elegantemente vestida, a maioria envergando terno e gravata e chapéu.

O Café Pérola era o centro de tudo. Para não dizer do mundo. Intelectuais, empresários, políticos, dentre outros iam tomar café no Pérola e ficavam ali na porta em conversas, trocavam figurinhas e jogavam conversa fora, faziam política e resolviam negócios. Tinha ali ao lado uma livraria. Vendia também jornais e revistas e muitos deles discutiam as notícias do dia.

Hoje, quase tudo mudou na Praça Sete. O obelisco chamado Pirulito ainda está lá, mas parece perdido no vaivém humano e de carros. A figura mais tradicional, no dia a dia, é de gente vestida de camiseta, com mochila às costas e boné na cabeça. Uns com a aba do boné para a frente e outros com aba para trás. Tem diferença de tribo.

A Praça Sete já não dispõe de livraria, mas lá está o Café Nice, resistente, e o que mais se vê por ali são jovens oferecendo-se para comprar ouro ou vendendo alguma coisa.

Se alguém precisar adquirir algo ilegal como documentos vários, o local é lá mesmo. Até arma de fogo se pode comprar ali.

Enquanto isso, claro, Belo Horizonte evoluiu por outros lados, mas a qualidade de vida na capital mineira piorou uma quantidade, de 1972 para cá. Quem viveu e se recorda, confirma.

As poluições são de toda ordem: do ar, visual, sonora e de falta de civilidade por parte de muita gente.

Mas, ainda assim, amo Belo Horizonte.

Tentamos deixá-la uma vez, indo morar em Grão Mogol, no Norte de Minas, um lugar lindo, ainda sem poluição do ar e paisagens maravilhosas, mas o pouco tempo, quase quatro anos, provou que aqui ainda é melhor e voltamos.

Todavia, não deixamos de apontar o que consideramos desabonador nesta terra do Curral Del Rey, com o intuito de melhorá-la sempre.

Mas que está muito mais difícil, está, e tudo por nossa culpa mesmo e principalmente dos governantes, dos políticos de modo geral.

A gente nota, aqui e no País como um todo, está em curso um processo de “emburrecimento” e de “idiotização” de muita gente, e isso certamente irá comprometer o futuro dos “ninos” e dos que ainda virão.

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