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Gabeira, repórter por excelência

Gabeira, repórter por excelência

Poucas semanas depois nos encontramos de novo em um congresso de Jornalismo, em Brasília, onde ele falou para centenas de jornalistas do Brasil inteiro

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01-03-2024 às 09h:38

Alberto Sena*

A primeira vez que encontrei Fernando Gabeira foi em 1989, quando ele se candidatou a presidente da República, e fomos “abraçar” o Morro da Pedreira, na Serra do Cipó, a 100 quilômetros de Belo Horizonte. O morro, todo de mármore, estava sendo devastado. Havia mais de cem pessoas para abraçá-lo. Eu, como editor de Meio Ambiente do jornal Estado de Minas, fui cobrir o evento. Afinal, o morro foi salvo da destruição e está lá, livre da destruição, até os dias de hoje.

Terminado o abraço no Morro da Pedreira travei conhecimento com Gabeira, mineiro de Juiz de Fora. Ele precisava de uma carona até ao aeroporto da Pampulha, em Belo Horizonte, e fomos conversando, entre uma cochilada e outra dele devido ao cansaço causado pela campanha política.

Poucas semanas depois nos encontramos de novo em um congresso de Jornalismo, em Brasília, onde ele falou para centenas de jornalistas do Brasil inteiro e lembrou ao público, em certo momento, um texto com o qual a Federação Nacional de Jornalistas (Fenaj) me dera um prêmio de reportagem com a matéria intitulada, “O roubo do Rio Verde Grande revolta a Jaíba”.

Tanto tempo depois, nos reencontramos em Grão Mogol (MG), onde ele foi fazer uma reportagem para a GloboNews a respeito do “Presépio Natural Mãos de Deus”. Para Grão Mogol, que foi divulgada, além do presépio, a ida de Gabeira teve significado marcante, porque ele é um nome nacional e internacional.

Impressionante é a vitalidade dele. Tinha como auxiliar Maurício Lucindo de Souza. Gabeira montou o tripé da câmera de filmar e quase ao mesmo tempo sacou a câmera fotográfica para fazer uma tomada. Parece um jovem repórter em início de carreira tamanha mobilidade.

Ele começou a gravar sobre o presépio na casa do feitor da obra, o empresário Lúcio Bemquerer, que, em cadeira de rodas, se recuperava de uma cirurgia na medula. Uma das tomadas foi dentro de casa e outra fora, diante da bela paisagem da Cordilheira do Espinhaço que aos trancos e arrancos um dia será de fato encarada como uma excelente opção para o turismo.

Gabeira quis saber da história do presépio desde o início. Os circunstantes tiveram que guardar silêncio total para não empanar a entrevista porque os aparelhos são de alta sensibilidade.

Acompanhei alguns momentos do fazimento da entrevista e observei o quanto demonstrava ser uma pessoa simples. Teve um momento em que Gabeira até ajoelhou na sala para apanhar uma lente na sacola.

Marcante nele, sem falar da competência, da independência profissional, da história trazida na sua mochila de vida, é a simplicidade, sob todos os aspectos – na fala clara, calma e objetiva; na maneira de vestir, no modo racional de trabalhar.

Que ele possa voltar a Grão Mogol outras vezes, com mais vagar, pois a região possui atrativos que uma pessoa com o olhar crítico dele, trabalhando em um canal de televisão de tamanha visibilidade poderá mostrar ao mundo as maravilhas do nosso Sertão.

Gabeira escreveu vários livros e cito apenas quatro porque a lista é grande: “O que é isso companheiro”? “Democracia Tropical”, “Onde está tudo aquilo agora”? Manual dos sobreviventes.

*Editor Geral do DM

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