29-02- 2024 às 09h:14

Direto da Redação

“É gravíssima a situação da BR-040”! A exclamação é do Procurador Geral do Estado, Jarbas Soares, ele, que é uma das lideranças que buscam acordo para solucionar a pendenga em que se tornou. “Muitas pessoas não trafegam na rodovia porque sabem dos riscos. Não adianta apenas a concessão ser renovada, porque com este transporte de minério pelas vias, em menos de um ano vamos ter a mesma situação”, prevê ele.

A opinião do procurador se justifica, porque a rodovia recebe as carretas de minério de ferro, e só agora é que acontece uma mobilização para criar a “Rodovia do Minério”. Rodovia que, aliás, já deveria ter sido construída há muito tempo e muitos desastres teriam sido evitados. Mas, como diz um certo ditado, “antes tarde do que mais tarde”, parece que desta vez as mineradoras poderão fazer as suas carretas transitarem numa estrada por elas mesmas construída, com estimativa de investimento de R$ 300 milhões.

Como disse o procurador Jarbas Soares, as propostas de solução da questão BR-040 e o problema das carretas de minério “foram apresentadas pelos prefeitos da região e vamos consolidá-las em um documento, que será validado pelos governos municipais, estadual e federal. Vamos conversar com as empresas, que já mostraram interesse em resolver o problema”.

Numa reunião com a participação de representantes dos governos, órgãos de infraestrutura, Ministério Público e sociedade civil foi consolidado um documento com propostas para reduzir o trânsresolver ito de carretas na rodovia. O documento possui metas de curto, médio e longo prazo e será concluído em 30 dias para os problemas das BR-040 e BR-356 e será levado aos governos Romeu Zema e Luiz Inácio Lula da Silva.

Quando for aprovado pelos governos estadual e federal, o documento será encarado como a principal proposta para resolver o problema das carretas, que trafegam carregadas com até 40 toneladas de minério, entre a capital e Conselheiro Lafaiete.

O documento será apresentado à Vale e às mineradoras proprietárias das carretas de minérios responsáveis pelos estragos na pavimentação, congestionamentos e acidentes com mortes nas rodovias.

Da importante reunião que discutiu a questão participaram cerca de 40 representantes de dez órgãos, dentre os quais,  

engenharia de tráfego e infraestrutura como DER, DNIT e ANTT, além de representantes dos governos estaduais e federal, entidades do setor minerário como ANM e AMIG, e representantes da sociedade civil.

As propostas foram apresentadas pelos prefeitos com o objetivo principal de retirar as carretas das rodovias e levá-las para trechos que serão exclusivos para veículos pesados.

Orlando Amorim (Cidadania), prefeito de Itabirito foi quem apresentou o projeto com propostas factíveis e segundo ele, as obras podem demandar cerca de 300 milhões, com estimativa de conclusão em 18 meses.

A Associação de Municípios Mineradores (Amig) e prefeitos da região sugerem a transferência de carretas de minério das duas BRs para estradas que já existem, mas sem asfalto, em trechos que ligam a MG-030 e a ITA-330, no município de Itabirito.

A sugestão dos prefeitos é usar uma estrada chamada Pico-Fábrica, ligando as minas de Pico e de Fábrica, em Itabirito. Claros, os trechos devem ser asfaltados e são de domínio de mineradoras. Amig sugere também a construção de um terminal ferroviário, até a solução definitiva, com a construção da “Rodovia do Minério”.