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Quando uma queda nos leva ao Pronto-Socorro

Quando uma queda nos leva ao Pronto-Socorro

E a gente tem a oportunidade de experienciar a qualidade do atendimento médico, a partir das atenções de Ricardo Canan, profissional com 31 anos de medicina praticada

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14-02-2024 às 08h:28

Alberto Sena*

 

Existem vários tipos de quedas. E acho eu que a pior delas é a queda moral, aquela que bate fundo na consciência do camarada.

Sofri uma queda, ontem, 12 de fevereiro, mas foi uma queda física, que, simbolicamente – isso eu pude analisar depois – funciona como uma catapulta, aquele apetrecho de guerra dos antigos com o qual arremessava pedras contra o inimigo.

Mas no meu caso não se trata de lançar pedras contra inimigo algum porque nem sei de nenhum e peço, todos os dias a Deus por um monte de gente e principalmente pela Humanidade e o fim das guerras, embora eu saiba que o mundo de hoje é o nosso retrato.

Nós somos os fotógrafos e ao mesmo tempo a imagem do mundo porque as pessoas, individualmente, estão cada vez piores.

Só há uma maneira de melhorar o mundo por inteiro, a partir de quando as pessoas individualmente se melhorarem por dentro, aí os fotógrafos – quer dizer nós – sacaremos uma boa foto de nós mesmos.

Todavia, a intenção é falar sobre a minha queda e, de maneira objetiva, significa ascensão: estava eu subindo a Rua da Bahia, depois do cruzamento com a Avenida Bias Fortes, em BH, por onde os ônibus estavam subindo desviados por causa do Carnaval. Em frente à igreja metodista fica um ponto de ônibus e eu não estava lá, mas a meio caminho, quando a lotação do Bairro Santo Antônio apareceu em meio a uma grande quantidade de ônibus.

Quando eu vi o 9103, o que serve ao meu bairro ainda não estava no ponto e então me apressei em descer da calçada entre dois carros estacionados, muito rápido para sinalizar ao motorista, quando estrebuchei no chão com as duas mãos ocupadas e bati o rosto no asfalto, sofrendo um corte no supercílio lado direito.

Caí rente à porta do ônibus onde uma motorista teve a gentileza de parar para mim, fora do ponto, e até assistiu a minha queda. Levantei-me sentindo que havia sofrido um corte bem naquele lugar em que os pugilistas costumam sangrar com mais facilidade. E olhe que eles usam luvas de boxe.

A sensação de cair estatelado no chão, sem apoio algum, é muito estranha. Parece que a gente está beijando o asfalto. Primeiro, o corpo ao chão, em seguida, a cabeça, e o impacto dela não foi lá tão violento, mas o suficiente para me fazer levar sete pontos lá no Pronto Socorro João XXIII, que tanto frequentei como repórter na cobertura de polícia.

Mas desta vez era diferente, entrava ali para receber cuidados médicos e tive a sorte de ser recebido pelo atendente Alisson e o enfermeiro Márcio. Depois dos procedimentos burocráticos, fui para uma sala de espera, sempre com um lenço no local do ferimento, que ainda sangrava – e percebi isso quando uma gota de sangue caiu no chão.

Então, ouvi uma voz masculina chamar o meu nome e adentrei a uma sala. Era o médico Ricardo Canan, com 31 anos de profissão, e logo fomos entabulando conversações de alto nível e ele, com toda gentileza comigo, me pediu para deitar numa maca e foi logo apertando o local do ferimento a fim de saber se havia acontecido alguma fratura.

Nada. Eu me sentia bem, sem dor e sem tonteira-sonzeira alguma ou sono, nada, mas o doutor Canan demonstrou a sua competência dizendo que ia caprichar nos pontos e de fato caprichou.

O interessante é o grau de empatia que houve entre mim e ele e tivemos altas conversas inclusive sobre Ariano Suassuna, quando lembramos a ocasião em que, numa entrevista da qual participavam outras pessoas, uma senhora virou-se para ele e perguntou:

- O senhor já foi à Disney?

Ele respondeu:

- Não, nunca fui.

Ao que a mulher ficou bestificada. Disse:

- Mas o senhor não foi à Disney?!

Do manuseio do médico, olha, não senti nada, dor alguma. O que me deu a impressão de que Canan possui mãos mágicas. Nem o senti dar os pontos e em seguida me entregou dois papéis com as instruções que deveria tomar caso acontecesse isto ou aquilo.

Enquanto ele mexia no meu ferimento, teve um momento em que me perguntou:

- Que dia é hoje?

Eu disse:

- Segunda-feira, 12 – e ao responder, saquei logo que se tratava de um teste. O que ele confirmou em seguida, para saber como estava o cocuruto.

Mas o que eu queria dizer mesmo é sobre a competência do médico Canan e o bom atendimento do Pronto Socorro.

*Editor Geral do DM

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