15-01-2024 às 09:04h.

Alberto Sena Batista*

Direto da redção

Alfabetizado a partir de contos de fadas, fábulas e que tais, no século passado, uma das histórias mais impressionantes para o menino – e por isso marcante até aos dias de hoje – foi aquela do “João e o pé de feijão”, atribuída a Benjamin Tabarte, em 1807.

Em rápidas pinceladas, como faria o genial pintor Salvador Dalí, é a história de um pé de feijão que ia da terra às nuvens, onde morava um gigante e o menino João subiu por ele e teve uma experiência com o homem descomunal.

Quase 70 anos depois dessa lendária história, o mesmo menino pôde descobrir, de verdade, que os gigantes existem. O menino acabou de conhecer um, pessoalmente, ao vivo e em cores, com nome e endereço, chamado Paulo Roberto Cardoso.

Um gigante de estatura inestimável.

Ele, dentre outras qualidades, é Doutor em Filosofia do Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (2016), Mestre em Filosofia do Direito pela Universidade Federal de Minas Gerais (2009), com especialização em Temas Filosóficos pela Universidade Federal de Minas Gerais (1998), além do Curso de Altos Estudos de Política e Estratégia pela Escola Superior de Guerra (2004).

É um gigante dessa estatura que aceitou o nosso convite para integrar o Conselho Editorial do jornal Diário de Minas em sua versão digital. O DM veio para privilegiar a cobertura de Minas Gerais, dentro dos pontos cardeais – Norte, Sul, Leste e Oeste.

O convite para participar do Conselho Editorial foi feito durante uma visita cordial do diretor de Redação, Tito Guimarães, e do editor Geral, Alberto Sena. Em meio a uma conversação na qual foram abordados diversos assuntos de ordem filosófica, literatura, política e ações práticas.

Em determinado momento, o gigante se referiu ao então governador Eduardo Azeredo, que acabou sendo envolvido em algo cuja autoria é atribuída ao então vice dele, Walfrido dos Mares Guia.

Ao que Tito Guimarães adiantou, se referindo a Mares Guia:

- O que pediu a sua cabeça no Estado de Minas – dirigindo-se a mim.

Houve uma pausa, me senti na obrigação de explicar o que se deu porque no semblante do gigante reluzia um ponto de interrogação.

Então eu disse:

- Tive a honra de ser demitido do jornal Estado de Minas, em 1996, pelo vice-governador Mares Guia. Ele pediu a minha cabeça ao diretor executivo, Edson Zenóbio e ao então diretor de redação, Roberto Elísio.

- Por quê?

- Por que publiquei uma página no EM mostrando os processos que ele tinha na época na Justiça de Belo Horizonte, no Fórum Lafayete. Na sequência, o vice-governador agrediu verbalmente a repórter Marta Vieira, que assinou a matéria, nas escadarias do Palácio da Liberdade.

Paulo Roberto admitiu que Eduardo Azeredo foi vítima do Walfrido Mares Guia.

Ele se safou da prisão ao completar 70 anos de idade e o que seria para o vice originalmente sobrou para Azeredo, que não tem antecedente nem perfil de corrupto.

Para relembrar o caso: a Justiça de Minas Gerais decretou “extinta a punibilidade” dele, suspeito de participar de esquema de desvio de dinheiro público em 1998 para a campanha de Eduardo Azeredo (PSDB-MG), então candidato à reeleição ao governo do Estado.

Neide da Silva Martins, juíza da 9ª. Vara Criminal de Belo Horizonte “entendeu que as acusações de peculato e formação de quadrilha prescreveram em 2012, quando Mares Guia completou 70 anos”, conforme o Correio Braziliense publicou na época.

Hoje em dia, o gigante, servidor do Tribunal de Contas do Estado de Minas, membro da Sociedade Hegel do Brasil (SHB), da Associação Brasileira de Estudos de Defesa (ABED), não vive nas nuvens como o gigante do pé de feijão, mas com os pés no chão como professor de Filosofia.

Vive em um prédio de apartamento próximo da Praça Raul Soares, em Belo Horizonte.

Nas dependências do “castelo” do gigante, isto é, nos cômodos do apartamento dele se pode tropeçar em livros em todos os cantos, exceto na cozinha e no banheiro. Ele prefere viver a “solitude” com os livros do que fazer qualquer outra coisa.

Tem experiência na área de Direito, com ênfase em Filosofia do Direito e Direito Público, atuando principalmente nos seguintes temas: autoridade, ética, teologia e política.

É com personalidade da estatura gigantesca do Doutor Paulo Roberto Cardoso que o DM ganha espaço midiático e é considerado pelos leitores jovens e adultos conhecedores da história deste nosso título histórico, nascido em 1866, quando Ouro Preto ainda era a capital de Minas Gerais.

Na atualidade, sob a direção do empresário Soelson Barbosa Araújo, a nova versão está no ar há pouco mais de um ano e já conquistou nesse curto espaço de tempo destaque entre os três primeiros lugares como o jornal mais acessado por meio do Google e da Microsoft bing.

* Alberto Sena Batista é Editor Geral do DMdigital