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Ou mudam-se os hábitos e costumes ou racham

Ou mudam-se os hábitos e costumes ou racham

Este é o recado dado pelo meio ambiente em que vivemos, transmitido por meio do clima, que mostra um pouco da sua força e promete ser mais rigoroso a cada estação do ano

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12-12-2023 às 09:13h.

Direto da Redação

A única maneira de vencer os venenos, chamados de agrotóxicos, que estão sendo usados largamente na agricultura mineira e por extensão no Brasil inteiro, de cabo a rabo, como se diz, foi inventada, na década de 1980, pelo agrônomo capixaba Nasser Youssef Nars.

Naquela época, alarmado com a realidade de que “estamos comendo veneno” já era gritante, podemos imaginar como estamos hoje? Continuamos comendo veneno nas frutas, nos legumes e nas verduras. Nasser, como é chamado, teve a lucidez de perceber que, o agricultor ao “limpar” o terreno para implantar uma lavoura está retirando da área justamente o alimento do inseto chamado praga.

“O boi come capim” – ele raciocinou – “mas sem capim e no lugar só uma horta, ele vai comer tudo porque está com fome”. A partir disso, o agrônomo fez a experiência de abrir as covas sem retirar todo o mato original ao redor e percebeu, com o passar dos dias, que as hortaliças plantadas estavam inteirinhas e as folhas de mato comidas.

Em outras palavras, o mato faz parte da dieta dos insetos e não das hortaliças. Sem o mato, os insetos vão comer o quê? Farão como o boi, sem capim, vão matar o que os está matando comendo a horta; ora, com efeito!

 No tomateiro de Nasser, então afamado no mercado como sendo a lavoura que recebia carga maior de venenos, isto é, agrotóxicos, até rolinha marrom fazia ninho nele. Nasser não utiliza de adubo químico nem de agrotóxicos algum. Nas lavouras dele, como a que criou no Hortão de Cachoeiro do Itapemirim (ES) tudo é natural, como antigamente, antes dos venenos.

Os mais antigos podem se lembrar com a maior facilidade: como era feita a agricultura nos velhos tempos, antes da introdução dos venenos no mercado mundial? Os estercos de bois eram preciosidades, não?

Pois é, se você, leitor, não sabia, vai ficar sabendo agora. Tudo começou depois do fim da Segunda Guerra Mundial. As potências envolvidas tinham sobras de substâncias químicas e ficaram sem saber o que fazer com elas.

Vai daí, alguém de pensamento maldoso raciocinou: “Se mata gente, pode matar insetos também; então vamos jogar tudo na agricultura”. Foi isso que a Alemanha e os Estados Unidos principalmente fizeram, quando podiam ter destruído tudo.

De lá para cá, muitos dos famosos fabricantes de remédios são os mesmos que fabricam os venenos e hoje em dia pode-se dizer que tudo está envenenado. É só fazer uma compra e mandar para um laboratório examinar para constatar.

Só no governo anterior foram autorizadas mais de 1000 marcas de venenos, quer dizer agrotóxicos, e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está sendo pressionado para autorizar mais outro tanto e não devia praticar um ato dessa natureza.

Os venenos estão sendo usados em escala desde os pequenos agricultores até o agronegócio, além dos plantadores de eucalipto. Estes estão sendo apontados como responsáveis por envenenar as águas dos rios, principalmente no Vale do Jequitinhonha e no Norte de Minas. O agronegócio lança veneno por avião e os ventos fazem o trabalho de levá-lo às paragens vizinhas.

O Hortão da Prefeitura de Cachoeiro do Itapemirim, terra do cantor Roberto Carlos, desde o ano de 1985 passou a ser conhecido como Centro de Cultura Natural Augusto Ruschi, numa homenagem a pessoa que sempre teve como fundamento de sua vida a defesa da vida e do meio ambiente.

Devido ao avanço de tudo que é negativo, imposto com objetivos econômicos financeiros, a gente tem a impressão de que as chamadas autoridades constituídas perderam a luta contra as drogas de modo geral, e neste caso, as drogas são lançadas às carradas nas lavouras de Minas e do Brasil.

A agricultura orgânica tem sido a alternativa ou a agroecologia, principalmente para reduzir as mudanças climáticas que a humanidade pagou para ver e elas aí estão, incontidas, nos dizendo “ou mudam os hábitos de consumo e de relacionamento com o ambiente ou...” Ou pior ainda virá, porque a ganância continua a prevalecer, haja vista o resultado da COP 28, reunida para tratar da questão climática e virou um balcão de negócios.

O desmate, as monoculturas e o uso intensivos de agrotóxicos estão a provar ser esse modelo inviável. E como se fora um último aviso, recomenda: ou mudam-se os hábitos e os costumes ou todos vão para o beleléu.

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