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Clima na Câmara esquenta a cada dia

Clima na Câmara esquenta a cada dia

É que a mãe de Marcelo Aro, vereadora Professora Marli Aparecida de Aro Ferreira preside a comissão processante de Gabriel, presidente da Casa.

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08-11-2023 às 18:00h.

Direto da Redação

No terceiro dia de depoimentos, no âmbito da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), dentro do processo em curso de cassação (ou não) do presidente da Casa, vereador Gabriel Azevedo (sem partido), foram ouvidos os vereadores Henrique Braga (PSDB) e Irlan Melo (Patri), além de Guilherme Barcelos, atual chefe de gabinete da Presidência.

Gabriel, por sua vez, saiu atirando acusações contra o secretário da Casa Civil do governo do Estado, Marcelo Aro (PP) que se encontra na China com o governador Romeu Zema, e contra também o vice-presidente da Câmara Municipal, Juliano Lopes (Agir), numa clara tentativa de mudar o foco ou colocar mais lenha na fogueira das apurações.

É que a mãe de Marcelo Aro, vereadora Professora Marli Aparecida de Aro Ferreira preside a comissão processante de Gabriel, presidente da Casa.

Segundo denuncia o vereador Gabriel, “pouco antes da concretização da votação em segundo turno (no caso das passagens de ônibus), o secretário da Casa Civil, Marcelo Aro, e o vice-presidente desta Câmara, Juliano Lopes, me exigiram que esse projeto não fosse votado porque eles estavam em negociação com empresários para conseguir dinheiro vivo, e, se eles não conseguissem esse dinheiro vivo, eles não gostariam de votar o projeto em segundo turno”.

Com o intuito de se defender, evidentemente, Gabriel afirma: “Querem me arrancar da Presidência, para que se sente alguém que vai ajudar o senhor Marcelo Aro a corromper e ser mais corrupto”.

Daí a denúncia formulada pelo vereador, de um suposto esquema envolvendo políticos e servidores do Governo de Minas em caso de subsídios às empresas de ônibus.

De lá do outro lado do planeta, o secretário Aro enviou uma nota sobre as denúncias de Gabriel: “Estou na China, trabalhando por Minas Gerais. Na esfera estadual, legislativo e executivo têm trabalhado muito para que o Estado se desenvolva. Buscando investimento e avanços sociais. Fico triste de ver que em BH a realidade não seja a mesma. O poder legislativo que tem tanto a contribuir está se apequenando, através de seu presidente, e ao invés de estar se ocupando de resolver os problemas das pessoas, como estamos fazendo no estado, o presidente faz questão de fazer da Câmara um campo de batalha sobre ele mesmo pensando exclusivamente na próxima eleição.

“Não vou responder às acusações infundadas que ele me fez porque é justamente isso que ele quer: palco. Todos conseguem perceber seu desespero para criar uma narrativa de vítima, o que ele definitivamente não é. Se eu pudesse dar a ele uma sugestão seria que ele arrume alguém do tamanho dele para brigar, porque eu tenho mais o que fazer e vamos tratar na justiça e não na imprensa. Lamento que tente me medir pela sua régua. Em breve, quem ainda não enxergou, enxergará de maneira clara quem ele é.

Espero que BH e a Câmara passem logo essa página para que voltem a contribuir com a cidade como nunca deveria ter deixado de ser”.

Marcelo Aro protocolou, na 8ª Vara Criminal da Comarca de Belo Horizonte, uma queixa-crime contra o presidente da Câmara Municipal de Belo Horizonte (CMBH), Gabriel Azevedo (sem partido). Ele se queixa, na ação da fala de Gabriel e o acusa de injúria, calúnia e difamação e pede que o vereador seja punido de acordo com o Código de Processo Penal.

Segundo Aro, as declarações de Gabriel foram proferidas “com afirmações infundadas e criminosas, com o único intuito de causar uma distração diante de seu próprio processo de cassação”.

Pelo que o leitor do Diário de Minas já pôde perceber, o clima lá na Câmara Municipal de BH não está tranquilo, inda mais porque é a primeira vez que um presidente da Casa é levado diante de uma comissão processante.

Em meio a essa situação, suficientemente compreensível, não se pode deixar que uma coisa prejudique a outra, quer dizer, os vereadores ali estão para legislar sobre questões relacionadas com os interesses da população e devem continuar a exercer o mandato apesar das pedras que são encontradas pelo caminho.

Ouvidas as testemunhas, será dado um prazo de cinco dias para que o presidente apresente, por escrito, suas alegações finais. Em seguida, a relatora, Professora Marli, dará o seu parecer final acerca do pedido de cassação, que será votado pelas integrantes da Comissão Processante. Só depois disse que a denúncia irá à apreciação do Plenário. Com 28 dos 41 votos dos vereadores Gabriel será cassado. 

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