06-11-2023 às 16:54h.

Flávio Albuquerque*

É nostálgico e, ao mesmo tempo, maravilhoso lembrar que torcedores entravam com frutas nos estádios. Atualmente, com a intenção de fazer com que o público consuma produtos do próprio ginásio ou estádio, a proibição aumenta a cada dia. Sabe-se que os gastos são exorbitantes para a manutenção desses eventos, no entanto o torcedor é a vítima mais explorada dessa situação.

Em décadas anteriores, o guarda-chuva ou a sombrinha eram permitidos. Além da proteção, algumas pessoas usavam como acessórios do próprio dia a dia ou até mesmo estilo ou charme. Hoje, apenas as capas de chuva são aceitas. Objetos pontiagudos, cortantes, armas de fogo; enfim, algo que possa machucar alguém, faz-se necessário o seu impedimento pelo próprio estatuto do torcedor. Em shows, por exemplo, nem o espelhinho de maquiagem, guardado em uma bolsa, possui acesso ao evento. Interessante é que, antigamente, torcedores entravam com guarda-chuvas para a sua proteção, mas, com o aumento da violência e a falta de educação de muitos indivíduos, acabaram por vetar objetos que não deveriam ser utilizados para machucar alguém.

O radinho de pilha tão utilizado para acompanhar o jogo, agora é proibido, com a justificativa de que as pilhas podem ser atiradas no gramado, nos jogadores e até mesmo num conflito entre os próprios torcedores. Mas celular é autorizado (como se isso fosse capaz de eliminar qualquer tipo de violência).

Alimentação de bebês, aquela tão famosa “papinha” e/ou mamadeiras são fiscalizadas e vale o bom senso para permitirem a sua entrada. Com a finalidade de aumentarem as vendas nas lanchonetes dos estádios ou ginásios, é praticamente impossível entrar com quaisquer refeições.

Estranho que se observam muitas bombas no meio dos torcedores. Como isso é permitido? Já me falaram que há salas de torcidas em alguns locais e isso facilitaria para a utilização, assim como a entrada escondida em meias e peças íntimas. A fiscalização das empresas de segurança, contratadas para esses eventos, precisa ficar mais atenta para esses casos que são totalmente perigosos.

A própria garrafinha de água para a tão necessária hidratação só pode ser comprada no estádio. Vale ressaltar que muitos utilizam os bebedouros para enchê-las novamente, tornando-se uma boa estratégia, entretanto representantes dos estádios, ao perceberem essa ação, já retiraram esses tais bebedouros.

Enfim, algumas medidas são necessárias para que possam diminuir a violência, no entanto preços mais justos para o consumo dos produtos deveriam ser colocados em prática, juntando, assim, o útil ao agradável.

*Flávio Albuquerque, professor de Língua Portuguesa e jornalista esportivo, é colunista do Diário de Minas