29-10-2023 às 08:47h.

Direto da Redação

Meio século atrás – década de 1970 – Belo Horizonte, Minas Gerais, Brasil e o planeta viviam um mundo completamente diferente do de hoje. Evidentemente, o que se esperava àquela época era um mundo melhor para todos, mas infelizmente não é o que acontece em nossos dias.

Mas, como dizia, 50 anos atrás surgiu um movimento mundial denominado “hippie” que conclamava as pessoas a assumirem ações de paz e amor. Foi quando vieram os jovens de cabelos e barbas grandes espelhados nos ídolos da música, principalmente os quatro rapazes chamados Beatles, de Liverpol, na Inglaterra, que sacudiram a juventude.

Não se pode ignorar que, com o tempo, muitos incluíram nesse chamamento de paz e amor, as drogas também. E surgiram então os fazedores de artesanato, jovens que eram vistos pelas ruas de Belo Horizonte vivendo na maior simplicidade.

Foi nessa ocasião que, na Praça da Liberdade, um dos cartões postais da capital mineira surgiu o ensaio de uma “feira hippie” e de um ensaio e outro, a cada domingo de manhã, a iniciativa colou e passou a ser o melhor programa dominical durante anos.

Lá na “Feira Hippie” as pessoas marcavam encontro e a iniciativa cresceu a tal ponto que, por falta de cuidados, os vendedores  de produtos fritos estavam “matando” as palmeiras porque jogavam gordura nelas.

Isso e principalmente o crescimento da feira fez com que a Prefeitura Municipal de Belo Horizonte buscasse outro ponto para alocá-la e melhor não tinha senão a Avenida Afonso Pena, onde a feira não é a mesma do original.

De “Feira Hippie” só ficou o nome e quando muito pode ser chamada de Feira de Artesanato, visitada aos domingos por milhares de pessoas tanto da capital como de fora. Ônibus lotados de gente de fora chegam a BH para comprar mercadorias, o que movimenta a Região Central.

Para marcar a passagem dos 50 anos, a feira ganhou um painel no canteiro central da avenida Afonso Pena, em frente à Avenida Álvares Cabral, com fotos, disponível neste domingo, 29, e nos próximos, em 4, 11 e 18 de novembro.

Além disso ganhou também um novo “layout” e gradis a fim de fechar as vias de trânsito ao redor. Outras ações serão adotadas, como a atualização e unificação da legislação, reimplantação da Rádio Feira e ações educativas para coibir a comercialização de produtos de revenda, mantendo a sua característica de local de comercialização de artes, artesanatos e produtos produzidos pelos feirantes licenciados.

Atualmente, os produtos dos mais de 1,5 mil expositores são comercializados em uma área de 45 metros quadrados com 15 setores divididos. Só para se ter uma ideia do movimento dominical, uma média de 60 mil pessoas passam pela feira tanto para comprar como em busca de lazer e comidas. Possui três áreas de alimentação com quase 120 barracas.

É importante frisar, ao final, que a “Feira Hippie” surgiu espontaneamente em 1969, na Praça da Liberdade e foi oficializada pela PBH em 26 de outubro de 1973. No início, acontecia duas vezes por semana, às quintas-feiras e aos domingos.