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Ferrovia Bahia-Minas vai voltar para exportar lítio

Ferrovia Bahia-Minas vai voltar para exportar lítio

Todos aprovam a reconstrução da ferrovia Bahia-Minas e veem a iniciativa como sendo de grande aproveitamento do “potencial energético de Salinas”.

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23-10-2023 – (...)

Direto da Redação

Parece ser consenso a necessidade de reconstruir a ferrovia Bahia -Minas. Tendo em vista possibilitar o escoamento da produção do mineral lítio de Salinas, no Norte de Minas e Vale do Jequitinhonha.

A cada dia essa necessidade cresce mais e acaba por ensejar uma audiência pública na Câmara Municipal de Salinas, promovida pela Comissão de Minas e Energia da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), com a presença de empresários e representantes de entidades civis.

Todos aprovam a reconstrução da ferrovia Bahia-Minas e veem a iniciativa como sendo de grande aproveitamento do “potencial energético de Salinas”.

Na ocasião, Fernando Cabral, representante da Multimodal Caravelas/Bahia, apresentou o passo a passo para a reconstrução da ferrovia que, pela força do lítio, tornou-se fundamental.

São as voltas do destino, e o leitor do DM percebe porque o Brasil jamais poderia prescindir da ferrovia ao adotar a rodovia, no governo do presidente JK. O País é um continente e uma estrada de ferro que o corte em todas as direções hoje em dia seria importante como meio de transporte tanto de carga como de passageiros.

“Já temos autorização desde fevereiro para a reconstrução e queremos ampliar de Araçuaí para Salinas, o que demandaria apenas uma comunicação da realização da obra ao governo federal. Vamos fazer um grupo de trabalho para a viabilidade econômica e potencial de cargas e acreditamos que esse potencial existe, inclusive duas empresas de lítio que estão na região já nos procuraram”, foi o que disse Cabral no recinto da câmara municipal, que ficou lotado.

Como ele explicou, o projeto estuda a terraplenagem, construção de viadutos e perfuração dos trilhos para construir a ferrovia. Com esse estudo em mãos, tudo será apresentado à Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) e feito o pedido de licenciamento ambiental e em seguida abrir licitação para construção da obra.

E como a demanda exige, convém que o projeto seja estendido de Araçuaí até Salinas, e só depois de o transporte do minério pagar a obra, aí então, segundo Cabral, “podemos pensar em trem de transporte de passageiros”.

Marisa César, diretora de Relações Governamentais da empresa Belo Lítio, subsidiária brasileira da Latin Resources, está cheia de expectativa quanto a obter licenciamento ambiental, ano que vem, para a construção de sua base de operação na cidade de Salinas. Assim, a exploração do lítio por parte da empresa australiana teria início em 2026.

“O lítio não é essencial apenas para a produção de baterias elétricas no País, mas para a mudança da nossa matriz energética, fundamental para que consigamos contornar os problemas com as mudanças climáticas e cumprir as metas da ONU para 2030. E a ferrovia teria um papel fundamental nisso, tornaria o transporte e escoamento do produto mais fácil e feito de forma mais hábil, o que nos ajudaria muito.”

Gilberto Pereira, na condição de representante da MG LIT (Lithium Ionic), concordou com a diretora da Belo Lítio. Disse ele: “Conseguimos a viabilidade econômica do projeto em Araçuaí e penso ser fundamental expandir para Salinas, onde uma preparação e infraestrutura são essenciais para concretizarmos o que queremos. Mas estou muito otimista porque em pouco tempo nosso grupo de pesquisa aqui na cidade já teve muito mais atenção e conseguimos resultados mais rápidos que em Araçuaí”, disse.

Enquanto isso, Wesley Fernando Cruz Santos afirmava que os estudos do trajeto de Araçuaí da Caravelas já estão no Plano Estadual Ferroviário. Ele é Coordenador da 34ª Unidade Regional Salinas do Departamento de Estradas de Rodagem do Estado de Minas Gerais (DER/MG) e colocou a autarquia estadual à disposição para fazer os estudos da expansão para Salinas.

“Além do lítio, temos potencial de exploração de minério de ferro, quartzo, de madeira de eucalipto e penso que escoar essas cargas pela via ferroviária, deixando as estradas para o transporte de passageiros, seria benéfico para todos. O trânsito ficaria mais ágil e mais seguro, com muitos menos acidentes e mortes nas nossas rodovias”, considerou.

Por sua vez, Joaquim Neres Xavier Dias, prefeito de Salinas, pediu à Câmara Municipal para apressar a aprovação do projeto ora em trâmite a fim de permitir a inclusão de Salinas na reconstrução da ferrovia Bahia-Minas.

“Não podemos perder essa oportunidade. Estamos trabalhando muito pelo lítio, mas sabemos que a exploração desse mineral terá um início e um fim e pensamos no futuro e queremos explorar outras vertentes para gerar empregos. Nosso futuro condomínio industrial se beneficiará muito dessa ferrovia”, disse ele.

O deputado Gil Pereira (PSD), presidente da Comissão de Minas e Energia da ALMG e autor do requerimento para a realização da reunião, abordou as possibilidades da exploração do mineral na região considerando que Minas concentra 10% das reservas do lítio mundial.

 

 

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