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Curiosidades do Palácio da Liberdade estão por todas as suas dependências

Curiosidades do Palácio da Liberdade estão por todas as suas dependências

Pouca gente desconfia que o Palácio recebeu influências diretas do Iluminismo, o movimento intelectual e filosófico surgido na França e que se espalhou pelo mundo no século XVIII.

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25-08-2023 às 10:45

Sérgio Moreira*

Inaugurado em 1898, época da construção de Belo Horizonte, o Palácio da Liberdade é um dos principais cartões-postais da cidade. Com um passado que abrigou diversos governadores ao longo de várias décadas, esse palacete de arquitetura eclética hoje é administrado pela Fundação Clóvis Salgado e integra o Circuito Liberdade. Aberto para o público como um centro cultural, o Palácio convida moradores locais e visitantes a explorar suas histórias intrincadas e sua rica arquitetura, mergulhando nas curiosidades que moldaram o seu legado. Os portões estão abertos de quarta-feira a domingo para o morador e o turista descobrirem sua história e, por consequência, a história da capital mineira.

O monumento também guarda muitas curiosidades em seus aposentos e nos detalhes arquitetônicos. Pouca gente desconfia, por exemplo, que o Palácio recebeu influências diretas do Iluminismo, o movimento intelectual e filosófico surgido na França e que se espalhou pelo mundo no século XVIII. Além disso, sua construção deu origem a uma lenda urbana que tem sido transmitida de boca em boca ao longo do tempo.

Escada desmontada

A escadaria principal é de design belga e foi produzida na Alemanha. A obra de arte apresenta uma tecnologia avançada para a época chamada de técnica Joly. Isso significa que a escada é composta por diversas peças separadas, que foram montadas em conjunto até formar a estrutura da escadaria, que, por sua vez, faz parte da sustentação do piso de cima do Palácio.

  O “andar secreto” - Na visita mediada, o visitante entra pelo saguão, sobe a escadaria e chega ao hall. Depois, vai para o salão do banquete. O mediador explica que os visitantes estão no terceiro andar. E onde estaria o segundo andar? Há um espaço secreto entre o primeiro e o segundo andar, onde a criadagem circulava e onde está a cozinha. Isso está também retratado no quadro “O Brinde”, na Sala do Almoço. A pintura mostra a membros da comissão construtora brindando a inauguração da capital e, ao fundo, um garçom. Sabe-se o nome de todas as pessoas retratadas na obra, menos do garçom, revelando as diferenças sociais da época.

A visita dos reis da Bélgica e o Quarto da Rainha-No dia 2 de outubro de 1920, Belo Horizonte recebeu o casal Alberto e Elizabeth, reis da Bélgica. Essa foi a primeira viagem de um monarca europeu ao Brasil depois da Proclamação da República. Os reis passaram três dias em Belo Horizonte e se hospedaram no Palácio da Liberdade, que foi parcialmente reformado e ganhou novas decorações e móveis para recebê-los.

 O Mistério da Pintura Substituída-Uma pitoresca lenda urbana circunda a pintura do artista Antônio Parreiras no Salão Nobre, alegando que ela substituiu uma obra anterior. Segundo a lenda urbana, o quadro foi trocado, a pedido de um governador que não gostava da presença de uma suposta caveira no desenho. A trama revela o gosto dos governadores pela decoração, cada um deixando sua marca no Palácio, influenciando inclusive as escolhas artísticas que adornam suas paredes.

Decoração de papel? - Alguns dos tetos do Palácio da Liberdade são feitos a partir de uma técnica simples mas muito rebuscada, que é o papel machê (palavra originada do francês papier mâché, que significa papel picado, amassado e esmagado). Original de 1989, o teto do hall de entrada do Palácio é feito dessa mesma técnica.

 Uma Europa aqui - A decoração do Palácio tece laços com o lema da Revolução Francesa, "Liberdade, Igualdade e Fraternidade", refletindo o espírito da época. A decoração do Palácio da Liberdade também segue as mais tradicionais regras da decoração européia daquela época. O piso em parquet é uma inspiração nórdica; os vasos e porcelanas decorativas, de países asiáticos; no mobiliário prevalece o estilo Luís XV. Os vidros das janelas são de cristal importado trabalhado; e as pinturas fazem alusões à mitologia grega.

Lema dos inconfidentes - No hall da escadaria principal, no teto decorado tem pinturas do artista alemão Frederico Antônio Steckel, que representam: Liberdade, Fraternidade, Ordem e Progresso, além da claraboia que ilumina todo o saguão de entrada, com o lema dos inconfidentes inscrito “Libertas Quae Sera Tamen”.

O Palácio da Liberdade, um tesouro histórico que une arquitetura e narrativas, está pronto para receber visitantes curiosos. A visitação é viabilizada por meio do projeto “Descubra o Palácio – Projeto de Museografia e Visitação Pública ao Palácio da Liberdade”, Pronac 193896, financiado por meio da Lei Federal de Incentivo à Cultura, Ministério da Cultura, Governo Federal. O patrocínio é da Copasa.

Antigo local de trabalho do governador de Minas Gerais, agora sediado no Edifício Tiradentes. O Palácio também foi residência de diversos chefes do executivo estadual e sua construção data do fim do século XIX. O prédio e os jardins são abertos à visitação pública gratuita. A edificação compõe o Circuito Liberdade, complexo cultural sob gestão da Secretaria de Estado de Cultura e Turismo de Minas Gerais (Secult), que reúne diversos espaços com as mais variadas formas de manifestação de arte e de cultura em transversalidade com o turismo.

 Coluna Minas Turismo Gerais, Jornalista Sérgio Moreira @sergiomoreira63 Informações para a coluna enviar para sergio51moreira@bol.com.br

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