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O País precisa acelerar as “políticas regulatórias” para competir com produtores de lítio

O País precisa acelerar as “políticas regulatórias” para competir com produtores de lítio

O Brasil possui os recursos naturais necessários ao desenvolvimento, e por meio deles ganha poder de atração de investimentos estrangeiros

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10-08-2023 – 08h:00

Direto da Redação

Ela diz trabalhar 16 horas por dia e, particularmente, acredito que seja verdade porque trata-se de uma pessoa dinâmica. Não tenho nenhuma convivência pessoal com ela, mas das vezes em que tive a oportunidade de estar em ambiente da empresa na qual trabalha foi-me possível observar os modos dela, os gestos e a quantidade de vezes em que arranja os cabelos para trás.

Quem é ela? É Ana Cabral Gardner, CEO da Sigma Lithium, empresa de origem canadense, que mantém planta nos municípios de Itinga e Araçuaí, para explorar o mineral lítio, o ouro branco que os países de modo quase geral estão viajando mundos em busca dele.

Aos 16 anos de idade, Ana já era ativista ambiental e se filiou ao Partido Vede (PV). Daí, quem faz leitura de gente, pode dizer que vem essa preocupação com a produção de “lítio verde” porque trata e recicla a água do Rio Jequitinhonha; 100% da energia é renovável e não se utiliza de barragem nem de produtos químicos nocivos.

Ana Cabral é formada em “economia de desenvolvimento” e, pelo ouvido e visto, ela aplica os seus conhecimentos na empresa e isso a leva a se ocupar também com as questões sociais relacionadas com as populações do Vale do Jequitinhonha como um todo e não só as comunidades de Itinga e Araçuaí, haja vista a criação do “Instituto do Lítio Verde”, um fundo perpétuo para ter os juros investidos pelas prefeituras nas respectivas populações.

A CEO da Sigma tem em mente o desenvolvimento do Brasil e para isso, ela sabe serem necessários possuir recursos naturais, porque, como diz, por meio deles se torna possível trazer investimentos para o País. “Mas, se não fizermos isso em harmonia com a Natureza, o modelo está falido”, sentenciou.

Ana Cabral está convencida de que o Brasil precisa acelerar as chamadas “políticas regulatórias” para poder competir com os países vizinhos produtores de lítio, principalmente a Argentina, que é o quarto lugar e o Brasil é o quinto. Ao expor o pensamento, ela explica o fato de ter se encontrado com o vice-presidente Geraldo Alckimin e os governadores de Minas, Romeu Zema (Novo) e Renato Casagrande (PSB) do Espírito Santo, no dia do primeiro embarque de “lítio verde” pelo porto de Vitória (ES).

Ela gosta de enfatizar que o processo da Sigma de produzir lítio possui diferenciais que tornam a empresa equidistante dos concorrentes. É zero carbono, zero barragem, zero químicos nocivos e praticamente toda a água é reutilizada. “Em outros países, há barragem de rejeitos, químicos e problemas com a água”, disse. O que seria chamado de rejeito é empilhado e seco, não correndo o risco de ocorrência de tragédias como a de Brumadinho e Mariana, que marcaram para sempre a Vale S.A.

O importante é que Ana Cabral acredita ter inserido o Brasil numa cadeia onde o País não figurava e concorre pesado para se impor como território produtor. Daí achar ela importante o conceito de “Vale do Lìtio”, batizado na Bolsa de Nova Iorque, a Nasdaq, pelo governador Romeu Zema.

E é nesse diapasão que o “Vale do Lítio” ganha força de atração de mineradoras rumando para o Vale do Jequitinhonha. Como é pensamento da CEO da Sigma, “ninguém vai investir na cadeia se tiver apenas um produtor, ninguém quer lidar com monopólio”.

Imagem da Galeria A empresa Sigma Lithium faz a diferença no Vale do Jequitinhonha, onde explora o lítio
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