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As ações pela água precisam sair dos discursos políticos para os resultados práticos

As ações pela água precisam sair dos discursos políticos para os resultados práticos

Considerando o período seco e um pacto desse já devia estar apresentando resultados se tivesse sido assinado antes, na época das águas, para amenizar a sequidão no Estado

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05-08-2023 – 12h:00

Direto da Redação

“Se não tiver água também não tem desenvolvimento”, disse o governador de Minas, Romeu Zema, na solenidade de assinatura de um “Pacto das Águas”, em parceria com a Agência Nacional de Águas (ANA), o que teoricamente visa a melhorar os serviços de saneamento e de segurança de barragens.

Isso dito em discurso soa bem, mas ao mesmo tempo leva a uma reflexão, considerando que estamos em pleno período seco e um pacto desse já devia estar apresentando resultados se tivesse sido assinado antes, na época das águas, para amenizar a sequidão que toma conta do Norte de Minas e do Vale do Jequitinhonha onde a os córregos, ribeirões e rios em sua maioria está seca.

Enquanto isso o governo do Estado informa “o pacto pela governança da água” tem a finalidade de “aumentar e aprimorar a cooperação na gestão de recursos hídricos, na regulação dos serviços de saneamento básico e na implementação da política de segurança de barragens no Estado”.

Esse acontecimento se deu no Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), e a partir dele o governo mineiro sente mais fortalecida a gestão hídrica no Estado, “área que também é de suma importância para o crescimento; gosto muito de dizer que desenvolvimento econômico depende de diversos fatores. Você precisa ter pessoas capacitadas; estradas; segurança, porque ninguém quer fazer investimentos onde a criminalidade prevalece; regras estáveis, porque ninguém gosta de investir em um país instável; um sistema de saúde que funciona; e água” – disse o governador.

Ele considera este “um passo importantíssimo”, não deixando de lembrar que a maioria dos grandes rios nacionais nasce em Minas Gerais, tendo citado o São Francisco, o Doce e o Paraopeba. Mas ele não mencionou a ameaça que paira sobre o Rio São Francisco, que corre o risco de desaparecer do cenário até 2030, isto é, dentro de sete anos, se a devastação imposta a ele não for contida. Se é que ainda resta tempo suficiente para evitar esse desastre.

Na mesma cerimônia, o governador pediu “uma ação mais efetiva” em relação aos atingidos pelo estouro da barragem de Mariana. “Estamos aguardando uma ação mais efetiva, uma decisão do Governo Federal no que diz respeito ao Acordo de Mariana para que possamos fazer o mesmo com relação à bacia do Rio Doce”, ele disse.

Segundo justificou já há um acordo entre Minas e Espírito Santo e a dependência agora é do “aval da União para que esse acordo seja sacramentado, o que vai possibilitar uma melhoria em uma bacia muito maior do que a do Paraopeba”, disse o governador mineiro.

 

Imagem da Galeria A maioria dos córregos, ribeirões e rios do Norte de Minas e do Jequtinhonha estão secos
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