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“Exposição Mundos Indígenas” é boa opção no “Espaço do Conhecimento UFMG”

“Exposição Mundos Indígenas” é boa opção no “Espaço do Conhecimento UFMG”

Uma das muitas opções que se pode encontrar nos cinco andares do Espaço é a “Exposição Mundos Indígenas”, na qual são mostrados usos e costumes de cinco tribos

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29-07-2023 – 17h:48

Direto da Redação

O chamado “Espaço do Conhecimento UFMG”, na Praça da Liberdade, em Belo Horizonte, é um lugar onde se deve ir, mas melhor é ir com tempo suficiente para penetrar um pouco mais fundo nas opções que se encontram ao alcance de quem quer apreender cultura.

Uma das muitas opções que se pode encontrar nos cinco andares do espaço, a “Exposição Mundos Indígenas”, na qual são mostrados usos e costumes de cinco tribos, Yanomami, Ye ‘Kwana, Xakriabá, Maxakali e Pataxoop, bom seria ficar ali dentro vendo “mundos verdadeiros em si mesmos”, como dizem os curadores, onde são criados gente humana e outras “como plantas, animais e espíritos, com quem convivem efetivamente”.

Se a gente vai a uma exposição dessa com o intuito de entender os mundos dessas tribos, sem querer fazer comparações com os nossos mundos urbanos, há um quê de pureza na vivência dessa gente, que leva a uma reflexão. Se a vida nossa fosse tão natural quanto a deles, certamente que a existência no planeta seria mais agradável.

Só para exemplificar a pureza dos maxacali, fiquem na escuta desta história: “Aquelas duas estrelas que vivem pertinho uma da outra são duas moças bonitas que dois rapazes namoraram. Foi assim: antigamente, os dois estavam deitados, olhando para o céu, até que um deles apontou para as estrelas e falou: “Nossa, como são bonitas!”

“As estrelas ouviram e desceram até eles. Um deles teve medo e fugiu. O outro se casou com a estrela e, juntos, tiveram dois filhos. Quando a mulher estrela estava grávida do mais novo, teve desejo e de comer coquinhos. O marido subiu no coqueiro para apanhá-los, mas a esposa bateu várias vezes no tronco, que cresceu. Cresceu até furar um buraco no céu e atravessá-lo”.

Evidentemente, a história continua e ganha contornos interessantes, porém, o que se quer dizer aqui é que os Maxakali são hoje em número de 1500 e me recordava deles, enquanto via a exposição, da vez em que estive na aldeia deles, na condição de repórter, em Santa Helena de Minas, no Vale do Mucuri, em companhia do já falecido jornalista Leopoldo José de Oliveira.

Fomos lá fazer a cobertura da “Operação Aciso”, executada pelo comandante da Polícia Militar de Minas Gerais, com vistas a levar assistência social aos índios. Isso aconteceu na década de 1970/80, e naquela época eles estavam sendo vítimas dos fazendeiros da região que, da noite para o dia tomavam-lhes terras.

Na ocasião, os índios explorados eram viciados pelos seus algozes em álcool e assim ficavam mais vulneráveis ainda.

Mas tanto tempo depois, mais conscientes de si mesmos, espera-se que os Maxakali estejam vivendo uma realidade diferente principalmente porque estão representados no “Espaço do Conhecimento UFMG”.

Imagem da Galeria Os pajés têm todo o respeito das tribos e isso a gente vê nas histórias dessas cinco tribos
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