11-07-2023 - 08h:00

Em proveito de uma viagem Diamantina-Belo Horizonte, a chef Sílvia Batista, por simples curiosidade, passou a anotar o preço do litro da gasolina comum, por ser do interesse dela e da maioria dos possuidores de carros movidos pelo respectivo combustível.

O mais alto visto e anotado, an passant por postos de gasolina, foi em Cordisburgo, então, ela, em tom de brincadeira, disse que o escritor João Guimarães Rosa, o personagem mais famoso daquela não menos famosa cidade, levantaria do “túmulo para protestar contra a disparidade de preço.

“Veja você” – disse ela – “R$ 6,37”. Verdadeiramente, é de causar espanto, sabendo que dias atrás a Petrobrás anunciara redução de preço para as distribuidoras. “Se caiu lá, por que nos postos também não?” – indaga ela, que é consumidora comum. A questão da gasolina continua como um problema mal resolvido.

Abaixo dos R$ 6,37, ela encontrou também o preço de R$ 5,49 o litro, o que ainda é alto. O mais baixo, segundo anotou, foi de R$ 5,29, mas Sílvia diz ter visto um lampejo de preço abaixo disso.

Ela estava acompanhada do marido Bento Batista, que, inclusive escreve neste jornal, e ele disse o quanto foi agradável a viagem por uma empresa que pode ser acessada por aplicativo. Ele não quis citar o nome para não fazer propaganda gratuita.

Bento disse ter anotado o número da placa do ônibus para elogiar o motorista, Aílton, simpático e eficiente. Ele fez questão de elogiar pessoalmente. Aílton faz serviço de dirigir e o de recolher as malas.

O curioso é que, a tal empresa lança modalidade nova de receber os passageiros. As poltronas não são marcadas com antecedência. A escolha é de cada um por ordem de chegada.

O que o casal observou com a devida razão é que as cidades pequenas estão crescendo para ficarem médias e as médias estão na escola de admissão do curso de metrópole.

Foi quando, então, que Bento disse ter lembrada à Sílvia: certa feita, o navegador Amyr Klink lhe dissera “as cidades precisam parar de crescer para investir no bem-estar da população”.

As ruas das cidades estão abarrotadas de carros em movimento e estacionados, e é necessário humanizá-las para que os seus habitantes possam se sentir de fato humanos, de dentro para fora de si.