Racismo não está com nada, somos iguais, consumidos por terra ou fogo no final
Se o seu “bestunto” é como uma caixa de marimbondos, além de ninguém querer se aproximar de você, quem lhe estender a mão, por um descuido, levará ferroadas.
24-05-2023 – 08h:00
Bento Batista*
Essa questão do racismo, que as redes sociais acabam por deixar mais evidente, precisa ter um fim, porque é fruto do sentimento de ódio que baixou aqui e sobre a humanidade, e, claro, vem de dentro das pessoas, sai do coração delas.
Racismo é, das coisas, uma das mais estúpidas que esse ser chamado humano pode destilar. O indivíduo precisa ter cérebro de anta para não enxergar a si mesmo, do que é feito cada um de nós e para onde vamos ao final da existência.
O corpo vai para um buraco de sete palmos ou mais de fundura e o espírito vai junto a consciência para dar conta das bobagens aqui vividas enquanto se pensava ser, este vale de lágrimas, o princípio, o meio e o fim de cada um.
Não, ô, cabeça de bagre, de que adianta levar a vida ruminando maus sentimentos, quando se pode gastar a mesma energia para alimentar-se, de dentro da para fora, de bons sentimentos. Porque é sabido, a gente é o que tem por dentro.
Se o seu “bestunto” está infestado como uma caixa de marimbondos, além de ninguém querer se aproximar de você, quem lhe estender a mão por um descuido levará ferroadas várias.
O que você pensa, o que você fala, o que você faz, nada se perde. Tudo se transforma e forma o Inconsciente Coletivo (IC), isto é, culmina neste mundo inóspito cada dia mais, enquanto o planeta, essa nossa Casa, linda, maravilhosa, vai sendo desarrumada.
As consequências disso não fazem acepção de pessoa, seja negro, branco, mestiço, caboclo, índio e de qualquer nacionalidade. Somos todos feitos das mesmas substâncias.
E que legal que existam negros, brancos, amarelos, vermelhos. Imaginem se todos nós fôssemos iguais fisicamente, a mesma cor de pele – só negros ou só amarelos ou só brancos! – estaríamos buscando um meio de diversificarmos a raça humana.
A beleza física humana está na diversidade racial. O mais importante, no entanto, é o nível de respeito de um e de outro porque ninguém ficará eternamente na Terra. Daqui nada se leva materialmente nem mesmo em termos de sentimento.
E é de bom alvitre que cada um procure enxergar mais a si próprio a fim de corrigir os defeitos e estimular as qualidades para viver melhor consigo e com os outros, sejam os outros da cor que for da pele, com as posições políticas e sociais que assumem. O fundamental é que haja respeito.
Isso que fizeram com o jogador brasileiro Vini Jr, do Real Madri, na Espanha, é uma prova cabal do quanto essa gente humana precisa aprender e apreender na vida em termos de convivência, de educação e de respeito. Numa reflexão sobre tudo isso, no fundo, é uma demonstração abusada de inveja.
Essa chusma de maus torcedores gostaria é de ser ele, ou senão, que Vini Jr jogasse pelo time deles porque é um craque. Sabe bem manejar os pés para fazer lindos gols, como também usar a cabeça. Um ser humano digno, corajoso, que enfrentou uma multidão sozinho, e, ao final, se elevou acima de todos.
*Jornalista e escritor.