20-05-2023 – 17h:54

*Anes Otrebla

Coisa boa é a gente sair para andar, principalmente em um parque como o denominado Jornalista Eduardo Cury, no Bairro Santa Lúcia, na região chamada de Barragem Santa Lúcia, em Belo Horizonte, que, no momento está quase vazia, de modo a deixar à mostra o esqueleto de sua composição.

Um homem com uma vara de pescar e sacola no ombro tentava, aparentemente em vão, fisgar algum peixe, mas com a barragem esvaziada, só mesmo um mergulhão se animava a entrar na água barrenta. O pássaro mergulhou algumas vezes e levantou voo riscando a água até alçar acima do espelho d’água.

Apesar de quase esvaziada, a barragem ainda assim proporciona a oportunidade de colher algumas boas imagens do lugar, que possui pista de “cooper” de 800 metros, suficientes para movimentar o esqueleto e ao mesmo tempo ver e ouvir o canto de passarinhos em plena zona urbana, o que é um privilégio para qualquer um mortal humano.

Andar continua sendo o exercício mais completo. Une o espírito à mente, ao emocional e ao corpo fazendo com que tudo funcione de acordo, com ênfase na possibilidade de reflexões várias enquanto se movimenta.

Muitas ideias – como este texto criado a partir das fotos feitas no local – surgem durante uma caminhada dessa. Essa de hoje foi de no mínimo cinco quilômetros, da porta do prédio, próximo da Praça Cairo, no Bairro Santo Antônio, até a Barragem, ida e volta, com direito a subir a íngreme Rua Guilherme de Almeida a fim de retorna à casa, isto é, o apê. 

Claro que o panorama da barragem esvaziada não é bonito, mas mesmo assim, ela é atrativa porque ao redor a gente pode apreciar árvores frondosas, inclusive a paineira, também chamada de barriguda, com os seus espinhos no tronco, que favoreceram uma imagem impressionante numa foto.

O parque Jornalista Eduardo Cury é sempre o mesmo, mas a cada visita surpreende pela quantidade de vida abundante a brotar do chão, das árvores, dos passarinhos, das águas barrentas e das abelhas à procura de uma flor.

As surpresas lá estão à espera de quem tem olhos de ver e uma câmera aberta para fotografar.

*Ambientalista