Bilboquê, você conhece? Um brinquedo, ao final de cada partida, corria um rio de alegria
Os braços e as mãos habilidosas tinham pontaria certa no buraco do bilboquê. E os “biscoitos” vinham em quantidade. Tudo se encerrava na maior “elegância”.
19-05-2023 – 17h:05
Rolando T. Guimarães*
Sei não... Sabem por quê?
Acho que o viver tinha mais sabor décadas atrás, quando jogávamos bilboquê.
Não havia essa agitação desenfreada.
Tinha a correria, mas era só a alegria de ser criança. Um acode aqui e acode ali.
Os braços e as mãos habilidosas tinham pontaria certa no buraco do bilboquê.
E os “biscoitos” vinham em quantidade.
Tudo se encerrava na maior “elegância”.
Sem correria.
Sem ansiedade.
Com grande alegria.
As disputas eram brincadeiras puras.
Não se perdia tempo com intrigas e brigas eram raras.
Nem se falava asneira.
De vez em quando passava um automóvel na rua.
E arrancava da terra nua só poeira.
Desde criança, quando jogávamos bilboquê, sempre achei
ser a vida uma brincadeira.
Por isso que essas coisas sérias, de gente grande, como guerras, ódios, rancores e dores me intrigavam.
“Por que tem que ser assim?”
Eu me perguntava.
E eu mesmo respondia: "Sei não... Sabem por quê?"
Bem que a vida podia ser, e se encerrar, numa simples brincadeira de uma partida de bilboquê.
Sabem por quê?
Ao final da partida, sempre nasce um rio de lágrimas de alegria.
x-x-x-x
Porque hoje ainda é sexta-feira, véspera do final de semana, quem trabalhou a semana toda e vai folgar no sábado, a sugestão é largar o celular e o computador e se divertir com outra coisa manual, para relaxar-se, algo que bem podia ser um bilboquê.
Para quem não sabe, bilboquê é dos brinquedos um dos mais antigos. Os alfarrábios dão notícia de que ele era brincado desde os anos 1534.
A prática ensina que o bilboquê é um bom exercício para aprimorar a pontaria. As gerações das décadas de 1940/50 conheceram bem o bilboquê e disputaram muitas partidas com o dito cujo.
Tem-se notícia de bilboquê em várias parte do mundo. Artistas retrataram reis jogando esse brinquedo, que é divertido e a prática torna-se um exercício de coordenação motora, muito recomendado para crianças de cinco a 101 anos. Os alfarrábios dão notícia de bilboquê desde pelo menos 1534.
*Antigo jogador ex contumaz de bilboquê.