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Chegou a hora de a empresa Aperam South América e as demais investirem no social do Vale

Chegou a hora de a empresa Aperam South América e as demais investirem no social do Vale

A empresa e outras mais do ramo precisam ser pelo menos razoáveis, porque entra ano sai ano, levam dólares arrancados daquela terra e deixam um quase nada.

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10-05-2023 – 08h:22

Alberto Sena*

De volta à essa questão dos maciços de eucalipto que infestam o Vale do Jequitinhonha, urge fazer uma revisão, refletir sobre os resultados disso, décadas depois de implantados. Eles ganharam terreno com o discurso de que faziam “reflorestamento” e porque as terras de chapada eram de custo tão baixo, que compensou adquiri-las para a finalidade de produzir carvão e saciar as fornalhas das siderúrgicas, mesmo estando elas a 305 quilômetros de distância, em Timóteo, sede da antiga Acesita, hoje de capital francês.

Retirar todo o eucalipto e plantar no lugar o que havia – uma floresta heterogênea – para a volta da flora e da fauna, a essa altura é algo improvável, mas passa da hora de a empresa e outras mais do ramo serem pelo menos razoáveis, porque entra ano sai ano, levam dólares arrancados dessa terra e deixam um quase nada para as gentes desse torrão varonil.

É preciso que seja um grupo de empresários ingratos e insensíveis ao ponto de não darem de maneira espontânea uma volta nos calcanhares e observarem o que veem em volta e não participar da vida social do lugar de onde retiram milhões – a essa altura bilhões de dólares.

Depois de tanto tempo de exploração, além de todos os problemas causados pela monocultura de eucalipto – uma árvore bebe 30 litros de água por dia – principalmente a sequidão dos córregos e rios, há suspeitas que precisam ser apuradas por quem de direito, de envenenamento das águas, devido ao agrotóxico usado nos maciços, o que seria causa de aumento do índice de câncer na região.

Alguma autoridade do Estado, a partir do governador Romeu Zema; secretários estadual e municipal de meio ambiente, Promotoria Pública de Minas Gerais, e quem mais puder se ocupar com o clamor que vem do Vale do Jequitinhonha por saúde tomem providências e não façam ouvidos moucos.

Alguém precisa investigar para comprovar ou não a veracidade do que corre à boca pequena e de boca em boca pela região.

É chegada a hora de a empresa francesa se conscientizar de que quando se despertar para a participação mais ativa na sociedade onde explora eucalipto, melhor será para todos, inclusive para ela própria, porque o povo dessa terra abençoada, rica, mas maltratada, quer algo mais de volta da parte de quem nela está a levar riquezas embora sem cuidar do social local.

Este é o melhor momento para as gentes do Vale do Jequitinhonha reagirem à exploração.

As populações querem qualidade de vida, a partir de uma boa assistência à saúde pública, e neste sentido estão mobilizados na construção do Hospital de Combate ao Câncer de Capelinha e Região, para acabar com o sofrimento dos que têm de ir e vir da capital toda semana para tratamento.

A Aperam South América e demais empresas podem muito bem se reunir com o fito de construir o hospital e investir em outros setores para o bem do povo dessa região de gente talentosa que merece ter oportunidade de demonstrar na prática os seus pendores.

*Editor Geral do DM

Imagem da Galeria O momento é de discutir os resultados da existência dos eucaliptais no Vale do Jequitinhonha
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