Português (Brasil)

O Brasil foi construído em cima de cemitérios indígenas, diz índio mineiro Ailton Krenak

O Brasil foi construído em cima de cemitérios indígenas, diz índio mineiro Ailton Krenak

Para ele, também professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), “a história colonial é uma marcha sobre os territórios indígenas”.

Compartilhe este conteúdo:

21-04-2023 – 08h:16

Direto da Redação

A propósito do Dia do Índio, 19 de abril, o filósofo, poeta, escritor Ailton Lacerda Krenak, conhecido como Ailton Krenak, líder indígena, ambientalista, disse que o Indigenato, referindo se ao estado ou qualidade de indígena, não entende as questões relacionadas com propriedade, herança, bens de consumo, base do capitalismo.

“Tudo é mercadoria”, ele disse e emendou afirmando o que dos índios incomoda os caras pálidas, é o modo de ser do Indigenato e o que eles representam na história do Brasil. Quer dizer, a nossa origem, porque quanto Pedro Álvares Cabral invadiu o território, aqui encontrou índios.

Para o também professor Honoris Causa pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF), Ailton Krenak, “a história colonial é uma marcha sobre os territórios indígenas”. E foi mais fundo ele ao dizer “o Brasil é construído em cima dos cemitérios dos índios”.

Ailton Krenak é tido como uma das maiores lideranças do movimento indígena brasileiro e é famoso internacionalmente por suas ideias e defesa do seu povo.

Ele é mineiro, nascido em 1953, no município de Itabirinha, na Região do Médio Rio Doce. Quando possuía 17 anos, ele se mudou com a família para o estado do Paraná, onde foi alfabetizado e aprendeu o ofício de produtor gráfico e jornalista.

Já na década de 1980, ele começou a se dedicar ao movimento indígena e de lá para cá nunca parou, tendo criado a organização não governamental denominada Núcleo de Cultura Indígena, com intuito de promover a cultura indígena.

Em nosso meio, Ailton percebe que “tudo é mercadoria, até a vida”. E com relação aos índios, ele afirma que o seu povo na colonização sofreu “um genocídio”.

Para ele, “é uma tristeza uma nação construída em cima do cemitério de outra”. O líder indígena não disse, mas é possível que esse seja um carma que não deixou o Brasil dar certo até hoje, mesmo tendo uma base para ser a maior Nação do mundo, em território e no saber, como sonhou o indigenista professor Darcy Ribeiro.

Imagem da Galeria Em verdade, a nossa história é muito mal contada e os índios sempre foram maltratados, este é o Ailton
Compartilhe este conteúdo:

 

Synergyco

 

RBN