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“Defensivos agrícolas” matam os insetos, e num conta-gotas, intoxica os humanos

“Defensivos agrícolas” matam os insetos, e num conta-gotas, intoxica os humanos

Naquela época, o Brasil rural era pobre, sem recursos, sem tecnologias e importávamos quase tudo para consumir ou produzir. A maior parte da população vivia no campo.

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19-04-2023 - 08h:13

Humberto Furtado*

É um assunto polêmico, mas precisa ser, sempre que possível, lembrado.

Como somos nós que escolhemos nossas mentiras e verdades, não me custa dar a minha versão com consciência que a diferença entre veneno e remédio é a “dose”.

É claro que eu não posso concordar com o modismo ou ameaças comerciais que estimulam o consumo pela mentira e se contradizem pela omissão.

Se tem selo é orgânico, se é caro é orgânico, se tem aparência bonita é orgânico, se é recomendado por celebridades é orgânico. Eu prefiro pensar que o modismo, por si só, já tira o conceito que o assunto exige.

Se você também concorda que no Brasil o dinheiro compra tudo, eu posso pensar, que dar dignidade a um produto por selos ou recomendações que não se importam com a sua dignidade, faz incentivar as falsificações e clonagens que inibem a nossa capacidade de fazer boas escolhas.

Se você puder ouvir e ver os argumentos que seguem, sem comparar com as verdades que o seu meio lhe impôs, ao final você certamente terá novos motivos para confirmar suas convicções ou simplesmente repensá-los.

Em um passado não muito distante o primeiro exame que qualquer médico exigia era o exame de fezes e nos resultados, sempre apresentava uma infinidade de parasita a ser combatido.

Os parasitas minam a energia do organismo, enfraquecendo e dando oportunidade às doenças por falta de resistência.  

Naquela época, o Brasil rural era pobre, sem recursos, sem tecnologias e importávamos quase tudo para consumir ou produzir.

Os agrotóxicos disponíveis eram baratos por não serem mais usados nos países desenvolvidos e com matérias primas suspeitas para a saúde animal, provocando contaminações recorrentes em produtores e consumidores que debilitados pela falta de saúde provocava uma média de vida muito curta aos nossos pais e avós.

Na época o agrotóxico era comumente tratado por “veneno” e merecia a alcunha, mas nos anos que seguiram, conseguimos adotar e adequar nossa produção com controle de pragas e doenças com produtos de alta tecnologia que justificam seu tratamento por “defensivos agrícolas”.

Hoje a média de vida do brasileiro aumentou drasticamente, sendo muito comum em famílias, pessoas que já passaram dos 100 anos, mesmo consumindo uma infinidade de produtos tratados com antiparasitas (“defensivos agrícolas”) como; legumes, cereais, frutas, verduras, carne, ovos, leite e outros que são processados com as mesmas matérias primas, justificando o fato de médicos não pedirem mais exame de fezes, com raríssimas exceções.

Atualmente os riscos de intoxicação se limitam apenas aos aplicadores e manipuladores destes produtos ou por uma ação intencional e pontual.

É óbvio que existem pessoas que produzem e consomem produtos chamados orgânicos, mas para justificar esta opção naturalista e saudável os adeptos convictos deveriam evitar também o uso de sabonetes, shampoos, cremes, perfumes, desodorantes, antirrugas, enxaguantes bucais, afinal são todos produtos químicos que também são absorvidos pelo nosso organismo.

Sempre que for possível escolher produtos naturais, faça e a sua saúde reagirá favoravelmente, mas se a escolha for por moda, selos e influência, você ainda terá o ar contaminado dos carros, aviões, usinas que acumulam seus gases nas nuvens e nos devolvem em forma de chuvas ácidas, sem considerar ainda os excessos em recomendações de medicamentos.

*Humberto Furtado é do Portal Naeco, de Timóteo (MG), Vale do Aço.

Imagem da Galeria Optar pelos alimentos orgânicos é melhor para proteger a saúde senão comemos venenos
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