13-04-2023 - 09h:43

Direto da Redação

As águas do Rio das Velhas de fato estão cada dia mais velhas, precocemente, devido as ações antrópicas, enquanto todos nós interessados em manter a necessidade de beber água, vamos fazendo de conta que não vemos nada.

Passamos de carro pela ponte sobre o rio e damos uma espiada nele e constatamos, mais uma vez, as águas do Rio das Velhas estão da cor de sangue, exangue.

Por esses dias, a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN) foi multada porque seria responsável pelo fato registrado de ter mudado a cor da água do rio. De barrenta, como sempre, ficou vermelha. Alguma coisa aconteceu.

Mas, até quando nós, a sociedade e as autoridades de governo e de meio ambiente, no âmbito municipal e estadual, até quando vamos ficar “tampando o sol com a peneira”, fazendo de conta que o Rio das Velhas não está envenenado e é de lá que vêm 60% do fornecimento de água para os belo-horizontinos?

A Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) podia ir a público para mostrar a montanha de produtos químicos utilizada na limpeza da água. Seria bom a companhia convidar as autoridades de modo geral e gentes da sociedade e mostrar, “in loco”, como acontecesse o processo de recepção dessa água.

A montanha química gasta pela Copasa para tornar a água potável não chega à Companhia de graça. Custa dinheiro e seria importante divulgar o custo disso. E quem é que paga por tudo isso.

Até parece que as pessoas ignoram, não estamos na década de 1970. Estamos no ano 2023, e nós – a humanidade, enfim – estamos como se diz lá no Norte de Minas, em Montes Claros, “na tábua da beirada” em termos de risco de sobrevivência neste planeta maravilhoso, mas maltratado.

Inda mais na temporada de chuva. A água chega como lama. E no caso da água do Rio das Velhas, dá para imaginar as substâncias que podem ser encontradas nela.

No caso da CSN, a anormalidade da água aumentou no ponto de captação da Copasa, que constatou as alterações na cor da água e a Secretaria de Meio Ambiente foi a campo investigar e num córrego da Fazenda Velha encontrou manganês e fios de minério de ferro.

Os técnicos da Secretaria de Meio Ambiente fizeram uma fiscalização geral na “Minérios Nacional”, subsidiária da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), e na chamada Barragem Ecológica 1, relacionada à “Mina do Fernandinho” e seu vertedouro deságuam no “Córrego Fazenda Velha”, que no dia da fiscalização, eles constataram, “o vertedouro passava por uma manutenção”.

A CSN foi multada, além de obrigada a cessar o lançamento do material poluidor imediatamente, que ela nega, apesar das evidências.

Nos relatórios da própria empresa, os técnicos encontraram teores acima dos padrões de manganês, ferro, cobre, cor e demanda bioquímica de oxigênio acima dos padrões da legislação vigente.